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Neopentecostal prega a prosperidade
DA REDAÇÃO
Uma característica da atuação
de igrejas neopentecostais, mais
jovens dentro da tradição religiosa, é a chamada "teologia da prosperidade", que vincula a bênção
divina ao sucesso material. Dentro dessa visão, o bem-sucedido é
o abençoado por Deus.
Essa forma de agir é enxergada
criticamente por setores pentecostais, de tradição mais antiga. O
pastor Ricardo Gondim, 49, da
Assembléia de Deus Betesda, critica esses setores evangélicos.
"É o desafio do neoliberalismo
consumir. Igrejas evangélicas têm
sucumbido a isso. Elas não podem ser balcão de serviços religiosos." Na avaliação de Gondim, as
Assembléias de Deus têm resistido à tentação da teologia da prosperidade. "É uma igreja fundada
em 1911. O lastro histórico mantém a tradição, embora a tentação
seja forte para pastores simples de
bairro. Isso ocorre também devido à pressão da comunidade."
O filósofo Roberto Romano enxerga o fenômeno dentro de uma
perspectiva histórica.
"Essas igrejas colocam em movimento uma tradição antiga, que
vem do judaísmo e que depois é
enfatizada pelo calvinismo."
Segundo Romano, nessa ação
ocorre a captação de conteúdos
da sociedade atual. "Eles falam
para pessoas concretas, que têm
necessidades prementes."
O filósofo Mario Sergio Cortella
usa uma comparação com a atuação da Igreja Católica. A ação
pragmática das neopentecostais
atinge preferencialmente os setores mais pobres da sociedade.
Alcança também a classe média
que vê ameaçada a sua sobrevivência. Dessa maneira, a pregação
católica é menos eficaz para os
que procuram uma solução imediata. Se a espiritualidade das
neopentecostais é voltada para o
hoje, a da Igreja Católica é para
depois de amanhã.
(ECD)
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