São Paulo, quarta-feira, 16 de julho de 2008

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Funcionários de hospital foram orientados a tratar vítima "sem pressa", diz sobrinho

DA SUCURSAL DO RIO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA ONLINE, NO RIO

Pastor da Assembléia de Deus e formado em teologia e em administração de empresas, Luiz Carlos Soares da Costa era casado havia sete anos e planejava ter filhos no início de 2009, segundo familiares.
Há 14 anos, era funcionário da Infoglobo, empresa responsável pelo jornal "O Globo". Entrou como contínuo e, há dois anos, foi promovido e transferido para o parque gráfico da empresa, em Duque de Caxias (Baixada Fluminense).
Trabalhava no setor de logística, segundo Ednaldo Gomes Dias, 50, um dos 11 irmãos de Luiz, o caçula da família.
Durante o enterro do administrador, que reuniu cerca de 300 pessoas, ontem à tarde, no cemitério do Caju, zona norte, o irmão disse também que essa não havia sido a primeira vez que Lula fora roubado.
Há cinco anos, em um ônibus, foi abordado por ladrões que queriam sua carteira e seu celular. "Ele partiu para cima, a gente achou que não foi uma boa coisa", contou.
A mãe, Lindalva Francisca Silva, 77, não conversou com a imprensa. Nem Ednaldo nem outros dois irmãos da vítima, Rosemere e Milton, viram o flagrante das câmeras do SBT.
Costa seguia para casa, no bairro da Abolição, e falava com a mulher, Simone Soares, no telefone, quando o assaltante apontou a arma contra seu carro. Nesse momento, parou de falar com a mulher que, desconfiada, ligou para a família, contou o sobrinho Vanderley Pereira dos Santos, 33.
Não demorou mais de 40 minutos para a mulher receber um telefonema da PM informando que Costa estava no hospital de Bonsucesso, onde, segundo Santos, funcionários relataram que o administrador foi "tratado como bandido".
"Algumas pessoas do hospital contaram que eles [PMs] chegaram falando que os dois eram bandidos e disseram: Não tem pressa não, porque são dois bandidos", disse o sobrinho.
Taxistas que estavam na porta do hospital no momento confirmaram que os policiais identificaram os dois baleados como "bandidos" e contaram que eles se abraçaram e comemoraram por serem "menos dois" bandidos. (ITALO NOGUEIRA, LEANDRO FORTINO E LUISA BELCHIOR)


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