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Funcionários de hospital foram orientados a tratar vítima "sem pressa", diz sobrinho
DA SUCURSAL DO RIO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA ONLINE,
NO RIO
Pastor da Assembléia de
Deus e formado em teologia e
em administração de empresas, Luiz Carlos Soares da Costa era casado havia sete anos e
planejava ter filhos no início de
2009, segundo familiares.
Há 14 anos, era funcionário
da Infoglobo, empresa responsável pelo jornal "O Globo". Entrou como contínuo e, há dois
anos, foi promovido e transferido para o parque gráfico da empresa, em Duque de Caxias
(Baixada Fluminense).
Trabalhava no setor de logística, segundo Ednaldo Gomes
Dias, 50, um dos 11 irmãos de
Luiz, o caçula da família.
Durante o enterro do administrador, que reuniu cerca de
300 pessoas, ontem à tarde, no
cemitério do Caju, zona norte,
o irmão disse também que essa
não havia sido a primeira vez
que Lula fora roubado.
Há cinco anos, em um ônibus, foi abordado por ladrões
que queriam sua carteira e seu
celular. "Ele partiu para cima, a
gente achou que não foi uma
boa coisa", contou.
A mãe, Lindalva Francisca
Silva, 77, não conversou com a
imprensa. Nem Ednaldo nem
outros dois irmãos da vítima,
Rosemere e Milton, viram o flagrante das câmeras do SBT.
Costa seguia para casa, no
bairro da Abolição, e falava com
a mulher, Simone Soares, no telefone, quando o assaltante
apontou a arma contra seu carro. Nesse momento, parou de
falar com a mulher que, desconfiada, ligou para a família,
contou o sobrinho Vanderley
Pereira dos Santos, 33.
Não demorou mais de 40 minutos para a mulher receber
um telefonema da PM informando que Costa estava no
hospital de Bonsucesso, onde,
segundo Santos, funcionários
relataram que o administrador
foi "tratado como bandido".
"Algumas pessoas do hospital contaram que eles [PMs]
chegaram falando que os dois
eram bandidos e disseram: Não
tem pressa não, porque são dois
bandidos", disse o sobrinho.
Taxistas que estavam na porta do hospital no momento
confirmaram que os policiais
identificaram os dois baleados
como "bandidos" e contaram
que eles se abraçaram e comemoraram por serem "menos
dois" bandidos.
(ITALO NOGUEIRA, LEANDRO FORTINO E LUISA BELCHIOR)
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