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Serra envia projeto de bônus de desempenho na Educação
Proposta de lei foi enviada à Assembléia Legislativa
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL
O governador José Serra
(PSDB-SP) enviou ontem à Assembléia Legislativa projeto de
lei que visa implementar o bônus por desempenho para os
profissionais da Educação. A
previsão de gasto com a proposta é de R$ 500 milhões.
Para arcar com o valor, o governo paulista conta com a mudança da lei federal que aumentou o período extraclasse dos
docentes para 33% da jornada.
Na rede estadual, o percentual atual é de 16,6%. Para cumprir a norma, aprovada pelo
Congresso em julho, o governo
estima ser necessário aumentar o corpo docente em um terço, o que custaria R$ 1,4 bilhão.
Estados e municípios pressionam a União para que altere
a lei, sancionada pelo presidente Lula. A secretária de Educação paulista, Maria Helena Guimarães, disse no mês passado
que o gasto extra poderia prejudicar o pagamento do bônus.
"Poderia [prejudicar], mas
não vai", disse Serra. "Há uma
questão legal, a União não pode
legislar sobre regime de trabalho dos Estados e municípios."
Questionado se seu governo
conta com a alteração da lei,
Serra disse: "Sem dúvida".
O Ministério da Educação informou que espera posicionamento da AGU (Advocacia Geral da União) sobre o tema.
O bônus por desempenho
substitui a gratificação que era
calculada apenas com base nas
faltas dos servidores e custou
R$ 450 milhões neste ano.
O bônus, cujos detalhes já foram publicados pela Folha, vai
dar até 2,4 salários a mais (20%
do rendimento do ano) a todos
os profissionais das escolas que
atingirem as metas de melhoria anual estipuladas com base
no Idesp -índice que considera o desempenho dos alunos
nas provas do Saresp e em taxas de aprovação e abandono.
O bônus será proporcional
ao desempenho da unidade (se
atingir apenas metade da meta,
será pago 1,2 salário). Se a escola ultrapassar o objetivo, a bonificação chegará a 2,9 salários.
Do valor, porém, haverá desconto proporcional ao número
de faltas do servidor. "Introduzimos o mérito na remuneração", afirmou Serra.
A medida causa polêmica. "É
uma boa tentativa para melhorar o ensino", afirmou a professora da pós-graduação da PUC-SP Regina Brito. "Mas agora é
preciso avaliar o impacto."
Também pesquisadora da
PUC-SP, Isabel Franchi Cappelletti é contra. "Avaliar o professor com uma prova aos alunos é injusto, pois não capta as
dificuldades de cada região."
A Apeoesp (sindicato dos
professores) defende que o governo deveria investir na melhoria das condições de trabalho dos profissionais.
Para entrar em vigor, o projeto tem de passar pela Assembléia. Serra, cuja base é maioria
na casa, conta com a aprovação.
O líder do PT, Roberto Felício,
diz que consultará as entidades
do setor. "Particularmente, sou
contra. Precisamos é melhorar
a carreira do magistério."
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