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EDUCAÇÃO
Índice ficará abaixo da inflação e do recomendado por sindicato em oito das nove escolas consultadas pela Folha
Escolas de SP vão ter reajuste de até 15%
LUIS RENATO STRAUSS
DA REPORTAGEM LOCAL
As escolas particulares de São
Paulo deverão reajustar as suas
mensalidades abaixo da inflação.
Oito das nove maiores instituições do Estado, em número de
alunos, consultadas pela Folha,
farão aumentos de mensalidades
inferiores a 15%. A inflação dos
últimos 12 meses foi de 16,15%, segundo o INPC (Índice Nacional
de Preços ao Consumidor).
O índice também é abaixo do
aconselhado pelo sindicato do setor. O Sieeesp (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo) recomendou aumentos entre 15% e 20%.
Essas taxas repõem, segundo
José Augusto de Mattos Lourenço, presidente da entidade, as perdas com impostos -a alíquota
do PIS subiu de 0,65% para 1,65%
e a da CSLL (Contribuição Social
sobre o Lucro Líquido), de 1,08%
para 2,88%-, com a defasagem
do último aumento de mensalidades em relação à inflação do período (de até 4% em algumas escolas) e com o dissídio salarial de
professores de 13%.
"O mercado não é autofágico.
Os índices que os pais aguentarão
são de 9% a 12%. Ou aplica-se essas taxas ou as escolas terão um
aumento da evasão e da inadimplência [hoje, em 10,8%]", afirma
Hebe Tolosa, presidente da Associação de Pais e Alunos das Escolas do Estado de São Paulo. "Esse
mercado é competitivo, e os pais
irão buscar escolas mais baratas."
A Folha consultou os colégios
Dante Alighieri (aumento de
13,5%), Visconde de Porto Seguro
(15%), Salesiano Santa Teresinha
(15%), Marista Arquidiocesano
de São Paulo (entre 13% e 14%),
Agostiniano Mendel (estimativa
de 15%), Santa Cruz (13%), Bandeirantes (18%), Prebisteriano
Mackenzie (estimativa de 9,8% a
12%) e Santa Maria (9%).
Lauro Staggiari, diretor-geral
pedagógico do Colégio Dante Aligheri, diz que o orçamento familiar de seus alunos não suportaria
um aumento maior. "Encontramos um índice que permite pagar
as contas da instituição, causando
um menor transtorno no orçamento familiar."
Ele diz que os investimentos da
instituição serão pouco afetados.
"No máximo, teremos algum
atraso." Em 2004, será concluída a
construção de um prédio que
abrigará mais 500 alunos - hoje
são cerca de 5.000 estudantes.
"Em vez de outubro, poderemos
entregar a obra em dezembro."
Já Mauro de Salles Aguiar, diretor-presidente do Colégio Bandeirantes, diz que as instituições
de ensino serão prejudicadas pela
medida provisória que aumenta a
alíquota da Cofins (Contribuição
para o Financiamento da Seguridade Social), a partir de fevereiro,
de 3% para 7,6% sobre o faturamento das empresas.
Segundo Aguiar, a escola deverá
separar R$ 1,6 milhão a mais para
o pagamento de impostos. Para
ele, isso enxuga a capacidade de
uma instituição fazer investimentos, como em tecnologia e na capacitação de professores.
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