|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
"Decisão impõe legalidade", diz procurador
Segundo Oscar Costa Filho, o Ministério da Educação está fazendo "a regra dele para resolver um problema dele"
Para estudantes, a decisão da Justiça de liberar uma nova prova aos interessados não moraliza o Enem 2010
PAOLA VASCONCELOS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM FORTALEZA
O procurador da República Oscar Costa Filho afirmou
que a decisão da Justiça Federal do Ceará "impõe uma
legalidade" ao processo do
Enem 2010.
Ontem, a juíza Karla de Almeida Miranda Maia, da 7ª
Vara Federal, acatou pedido
de liminar do Ministério Público Federal assegurando a
todos os candidatos que tiveram problemas a realização
de novas provas, mediante
requerimento ao MEC.
"O MEC está fazendo uma
coisa que é obscena, do ponto de vista do direito. Ele está
fazendo a regra dele para resolver um problema dele. O
administrador não pode fazer o que quer, só o que a lei
manda", disse o procurador.
"Segundo o ministro [da
Educação, Fernando Haddad] disse ontem [anteontem] no Senado, ia analisar
as atas e, partir disso, ia dizer
quem ia fazer prova ou não."
Na decisão, Karla se manifesta contra a triagem dos
alunos anunciada por Haddad. "Ainda mais quando esse juízo de valor está calcado
em atas de salas redigidas
por fiscais cuja falta de preparo restou evidenciada."
Procurada, a assessoria do
MEC informou que não vai
comentar a manifestação do
procurador. Segundo a assessoria, a AGU recorrerá da
decisão da Justiça do Ceará.
Para a Anel (Assembleia
Nacional dos Estudantes Livres), entidade que se contrapõe à UNE, a decisão é positiva, mas o Enem 2010 não terá
sua credibilidade de volta.
"Ficamos felizes com a decisão, mas ela está longe de
conseguir moralizar o exame", diz Jorge Babauí, 25,
membro da entidade.
Para Laryssa Valverde, 19,
uma das organizadoras do
protesto contra os erros realizado na segunda-feira em
frente ao Masp, na av. Paulista, a decisão não é o bastante.
"Só isso [permitir que os
prejudicados refaçam a prova] não adianta. O Inep nem
deveria ter errado", afirma.
Colaborou PATRICIA GOMES, de São Paulo
Texto Anterior: Juíza manda reaplicar Enem a quem quiser Próximo Texto: Pasquale Cipro Neto: Nomenclatura ou uso? Índice | Comunicar Erros
|