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ANÁLISE
Só celeridade e continuidade darão confiança ao projeto
RAUL JUSTE LORES
EDITOR DE MERCADO
Com o apagão de terrenos
nas áreas valorizadas, sobretudo para grandes edifícios
comerciais, a Nova Luz se
torna mais urgente.
Ao determinar a união de
áreas residenciais e comerciais e o alargamento de calçadas em detrimento dos carros, o novo projeto corrige os
erros repetidos pela iniciativa
privada na região da Berrini.
Programas bem sucedidos
de revitalização, da HafenCity em Hamburgo ao Malecón de Guayaquil, dosaram
investimentos públicos e privados e evitaram o urbanismo setorizado de Brasília.
Mas, como diversos projetos para o centro deram poucos resultados, serão necessários mais que belos croquis
para atrair a iniciativa privada e moradores de diferentes
classes sociais à Nova Luz.
O Estado promoveu um
congestionamento de equipamentos culturais classe A
na região (Pinacoteca, Sala
São Paulo, Museu da Língua
Portuguesa), mas se esqueceu de projetos residenciais,
populares e de classe média.
Suas ruas continuam vazias.
O projeto da Nova Luz fala
de edificações-âncora, que
"irão atrair as pessoas". Mas
não diz como será a construção dos prédios. Haverá concursos de arquitetura? Ou os
mesmos de sempre não deixarão variar um pouco a paisagem paulistana? O poder
público dará o exemplo de
construir com qualidade, já
que a iniciativa privada ignora os efeitos regeneradores e
icônicos da arquitetura?
A prefeitura levou uma década para iniciar a reforma
da praça Roosevelt. Só a celeridade nos trâmites e a continuidade podem garantir
mais confiança à Nova Luz.
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