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Villa-Lobos ficará 30 dias sem aluguel de bicicleta
Governo ordena saída imediata de barracas de bikes e comida do parque
Donos contestam licitação, vencida por 2 empresas, para explorar pontos de comércio que serão construídos
ROGÉRIO PAGNAN
DE SÃO PAULO
Os usuários do parque Villa-Lobos (zona oeste) deverão ficar cerca de 30 dias sem
poder alugar bicicletas e patins ou comprar comida nas
barracas em frente ao local.
A partir de hoje, a área será
interditada para a construção de novos pontos de comércio, mais organizados e
mais higiênicos, segundo o
governo de São Paulo.
Esse "desabastecimento"
de um dos parques mais importantes da cidade, com
média de 300 mil usuários ao
mês, é o ápice de um litígio
entre empresários e o governo por conta da concorrência
para a exploração comercial.
O grupo derrotado no certame reclama, inclusive na
Justiça, dos critérios utilizados pela administração para
a escolha das empresas.
O governo nega irregularidade. Diz que todos os preceitos legais foram respeitados e que o procedimento
aprovado pelo setor jurídico.
Na semana passada, o governo disse à Folha que tentaria um "comum acordo"
com empresários justamente
para evitar que o público fosse afetado. A intenção era levar as tendas para outra parte enquanto o espaço principal fosse reformado.
As empresas que perderam a concorrência resistiam
à mudança porque, após a reforma, seriam obrigadas a
sair do local definitivamente.
Ontem, porém, após fracasso na tentativa de acordo,
o governo determinou a saída imediata de todos. "Queríamos ficar até domingo, até
por respeito aos nossos clientes", afirmou o empresário
Wagner de França Guedes.
Conforme ele, as relações
azedaram de vez porque, à
tarde, eles protocolaram
uma representação na Secretaria do Meio Ambiente questionando a licitação. Apontam um suposto conluio entre as duas vencedoras.
O governo, segundo ele,
disse que preferia enfrentar o
desgaste do "desabastecimento" a continuar com as
tentativas de acordo.
O governo não explicou os
motivos para essa mudança.
Informou, apenas, que o departamento jurídico analisou
ser irregular a ocupação em
outra parte do parque.
Hoje, funcionam no local
cerca de 15 empresas. Ficarão
apenas duas delas.
Uma venceu os seis lotes
de bicicleta e patins; outra,
os 12 lotes para venda de alimentos, bebidas e souvenires. Venceu a disputa quem
ofereceu, com a documentação em dia, o maior lance de
"aluguel" pelas barracas.
Juntas, as empresas pagarão
R$ 6,2 milhões por 30 meses.
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