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Sindicatos reagem a rodízio para caminhão em São Paulo
Para transportadores de carga, restrição põe em risco abastecimento e causa desemprego
Decreto prevê que transição possa ser estendida; Kassab diz que medidas serão revistas após inauguração
do trecho sul do Rodoanel
RICARDO SANGIOVANNI
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Sindicatos de transporte de
cargas reagiram ontem à decisão anunciada pela gestão Gilberto Kassab (DEM) de restringir a circulação de caminhões na região central de São
Paulo. Um protesto de 25 caminhoneiros percorreu a marginal Tietê a 10 km/h por quatro
horas, provocando lentidão de
mais de 11 km.
O protesto foi comandado
pelo Sindicapro, sindicato dos
transportadores de cargas próprias (caçambeiros). Apesar da
baixa adesão, a manifestação
foi escoltada por pelo menos 20
motos do batalhão de trânsito
da Polícia Militar, mais dois
carros e um guincho da CET,
que fecharam vias de acesso à
pista local da marginal.
A entidade prevê desemprego e atraso no andamento de
obras por conta das restrições.
"Um caminhoneiro que faz cinco, seis entregas por dia, só terá
tempo de fazer duas, três. Prejuízo de 60%", disse o presidente Almir Pereira.
O presidente do Setcesp (sindicato das empresas transportadoras de cargas de São Paulo),
Francisco Pelucio, disse que as
restrições aos caminhões de
pequeno porte -com até 6,3 m
de comprimento, chamados
VUC (veículo urbano de carga)- põem em risco o abastecimento da cidade e não solucionam a lentidão do trânsito.
Ele classificou a medida como "um tiro no pé". "Não vai
resolver nada. Já tem empresário se desfazendo de caminhão
e comprando 30, 40 vans. Vai é
aumentar o trânsito."
O "Diário Oficial" do município publicou ontem o decreto
que cria uma espécie de rodízio
para os caminhões de pequeno
porte em um "período de transição" que coincide com a campanha eleitoral -entre julho e
outubro. A Folha antecipou as
principais medidas ontem.
Rodoanel
Pelo decreto, a gestão Kassab, admite mudar seu plano de
proibição total de circulação de
caminhões na região central.
Em abril, Kassab anunciou
que ampliaria a atual área de
restrição de circulação de caminhões de 25 km2 para 100 km2.
E que a proibição seria total, no
período das 9h às 21h, inclusive
para os caminhões de pequeno
porte, atualmente liberados em
qualquer horário.
Em entrevista pela manhã, o
próprio Kassab indicou que a
restrição aos veículos de carga
não é definitiva. "Essa é a primeira vez que essas medidas
são implantadas. Elas eventualmente poderão indicar a
necessidade de correção. Não
tem por que não corrigirmos."
Para ele, com a inauguração
do trecho sul do Rodoanel, prevista para o primeiro trimestre
de 2010, o tráfego de caminhões será menor, e as restrições poderão ser revistas.
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