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Fuga só terminou após colisão contra loja
DA REPORTAGEM LOCAL
A perseguição pelas ruas do
Butantã só terminou quando o
Astra ocupado por dois dos ladrões que tentaram assaltar o
Bradesco invadiu o estacionamento de um pet shop e se chocou contra a fachada da loja,
cerca de 400 metros distante
da agência bancária.
A ação criminosa que deixou
três mortos teve início quando
pelo menos seis assaltantes armados tentaram entraram na
agência do Bradesco.
As câmeras de segurança
mostram que um deles carregava uma mochila que depois foi
achada com uma metralhadora
portátil dentro, segundo o delegado José Roberto Arruda, do
Garra (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos).
Dois dos criminosos ficaram
presos no detector de metais da
agência, segundo a polícia. Um
dos vigilantes desconfiou da
dupla e alertou o policial Rafael
Ferraz Terra, do GOE (Grupo
de Operações Especiais da Polícia Civil), que estava de folga e
pagava suas contas.
Terra seguiu os suspeitos até
o lado de fora da agência. Ali,
ele foi cercado pelos outros criminosos da quadrilha. Da rua,
um ladrão em uma moto chegou a atirar.
Segundo o delegado Luiz Antônio Pinheiro, do GOE, Terra
chegou a balear na perna um
dos assaltantes antes de ser
atingido no peito. Os primeiros
disparos foram ouvidos por
uma testemunha às 11h45.
Depois de balear o policial, os
criminosos tentaram fugir em
motos e um carro. O policial
Carlos Henrique Mendes Navas, que também é do GOE e estava de folga, passava pelo local
no momento dos tiros. Ele passou a perseguir dois assaltantes
que estavam em um Astra.
Durante a fuga, os bandidos
atropelaram duas pedestres e
bateram em dois carros. Eles só
pararam mais adiante, quando
o Astra chocou-se contra a fachada de um pet shop.
"Um funcionário meu ia colocar uma casinha de cachorro
no porta-malas de um carro,
mas falei para ele tirar o pó antes. Se não fosse por isso, ele teria sido atropelado pelo Astra",
disse o comerciante Gilnei Soares Maciel, dono da loja.
Às 11h54, Maciel telefonou
para a polícia militar.
Segundo o boletim de ocorrência, os dois criminosos desceram do carro atirando contra
o policial do GOE.
Navas, que segundo seus colegas já havia feito cursos com a
SWAT -a polícia especial americana-, é atirador de elite e
instrutor de tiro, matou um dos
ladrões com um tiro na cabeça
e seguiu o outro até uma loja de
suprimentos para postos de gasolina, vizinha ao pet shop. O
segundo criminoso foi morto lá
dentro. Segundo a polícia, ele
não conhecia o colega morto.
As pedestres atropeladas foram medicadas e liberadas.
O investigador morto morava com os pais e trabalhava no
GOE havia três anos. "Nós perdemos um amigo e a população
perdeu um bom servidor", disse o delegado Pinheiro, chefe
do policial morto.
O supervisor do GOE, delegado Luiz Antonio Pinheiro, elogiou a postura de Terra na
abordagem dos ladrões no Bradesco, por ter evitado um tiroteio dentro da agência e não ter
colocado em risco a vida dos
clientes do banco.
Até a noite de ontem, as identidades dos suspeitos mortos
não haviam sido divulgadas. A
polícia tinha a identificação de
dois suspeitos que continuavam foragidos.
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