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Promotor acusado de homicídio perde cargo e direito a foro especial
Defesa de Thales Ferri Schoedl deve recorrer ao STF; ele alega legítima defesa
DA REPORTAGEM LOCAL
O CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) confirmou ontem -em decisão definitiva- a perda do cargo do
promotor Thales Ferri
Schoedl, que responde a processo por matar um jovem e balear outro no litoral paulista,
em 2004. A defesa do promotor
diz que recorrerá no STF (Supremo Tribunal Federal).
O promotor alega legítima
defesa -ele diz que atirou para
se defender das agressões cometidas por um grupo.
Com essa decisão, o Órgão
Especial do TJ de São Paulo deverá suspender o julgamento
de Schoedl previsto para amanhã. Todo promotor tem foro
privilegiado e só pode ser julgado por desembargadores. Sem
o cargo, ele vai para o júri popular como qualquer cidadão.
A exoneração de Schoedl deve ser publicada no "Diário Oficial" do Estado hoje, segundo
nota enviada no começo da noite de ontem pelo procurador-geral de Justiça de São Paulo,
Fernando Grella Vieira. Ele
também perde o salário de
R$ 18 mil mensais.
Para a defesa, somente a Justiça tem competência para tirar
o cargo do promotor, já que em
agosto do ano passado o Órgão
Especial do Ministério Público
de São Paulo votou pelo vitaliciamento (efetivação) do promotor, por 16 votos contra 15.
Ontem, o CNMP referendou
sua decisão de junho de anular
o vitaliciamento do promotor,
após recurso dos advogados.
Para o advogado Ovídio Rocha Barros Sandoval, que defende o promotor na parte administrativa, essa decisão do
CNMP não deveria suspender
o julgamento marcado para as
13h de amanhã. "Não há nada
que impeça de haver o julgamento", disse.
O advogo Luiz Felipe Marzagão, que defende Schoedl na
área criminal (por homicídio),
disse estar preparado para julgamento, mas o CNMP causou
uma indefinição. "A Justiça vai
ter que resolver."
Desembargadores ouvidos
pela Folha afirmaram estar tudo pronto para o julgamento de
Schoedl, mas ele deverá ser
adiado para aguardar uma definição do caso pelo STF -liminar ou definitivamente.
O promotor matou em 2004
Diego Modanez, que tinha 20
anos, e feriu Felipe Cunha de
Souza, em um luau na praia de
Riviera de São Lourenço, em
Bertioga (litoral paulista).
Schoedl é acusado de disparar
12 tiros.
(ROGÉRIO PAGNAN)
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