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Acusado de roubar Pinacoteca levou a polícia até a gravura
Segundo a polícia, outros suspeitos do roubo à Estação Pinacoteca foram identificados
"O Pintor e Seu Modelo", de Picasso, avaliada em torno de US$ 5.000, foi localizada sob o telhado de um prédio na região de Itaquera
LUIS KAWAGUTI
DA REPORTAGEM LOCAL
A Polícia Civil recuperou na
noite de anteontem, após quase
um mês e meio de investigações, uma das quatro obras roubadas da Estação Pinacoteca,
em São Paulo, e prendeu um
dos suspeitos do crime. A gravura recuperada, do pintor espanhol Pablo Picasso, estava
escondida em um prédio em
Itaquera, na zona leste. As outras três obras roubadas seguem desaparecidas.
A gravura achada é "O Pintor
e Seu Modelo". Em 12 de junho,
foram roubadas duas gravuras
de Pablo Picasso (1881-1973),
avaliadas entre US$ 4.000 e
US$ 6.000; outra do lituano naturalizado brasileiro Lasar Segall (1891-1957), estimada entre US$ 30 mil e US$ 40 mil; e
um quadro do brasileiro Di Cavalcanti (1897-1976), avaliado
em US$ 500 mil.
Marcelo Araújo, diretor da
Pinacoteca, confirmou a autenticidade da gravura. "A obra está em ótimas condições. Ela
não foi nem mesmo retirada da
moldura. Nós estamos muito
contentes e satisfeitos pela localização e pelo estado em que
a obra foi encontrada."
A localização da obra começou há três semanas com uma
escuta telefônica realizada por
policiais de Guarulhos (Grande
SP). Eles investigavam uma
quadrilha de ladrões de banco e
desconfiaram quando um dos
investigados mencionou um
roubo de quadros.
Policiais do Garra (Grupo Armado de Repressão a Roubos e
Assaltos) descobriram que essa
quadrilha tentaria assaltar um
caixa eletrônico do Banco do
Brasil em São Miguel Paulista.
Ueslei Teobaldo Barros, 30,
foi preso às 21h30 de sexta-feira no estacionamento do supermercado Carrefour, na avenida Aricanduva, antes que o
crime ocorresse. Ele levou a polícia a um conjunto habitacional em Itaquera, onde moram
seus parentes. A obra estava em
um espaço sob o telhado.
Também foram presos o soldado da PM Edilson Vieira de
Carvalho e o vigilante Weidy
Oiltom Pareja. Os dois faziam
parte da quadrilha de roubos a
banco e não participaram do
assalto à Pinacoteca.
A polícia afirmou que Barros
é um dos homens que aparece
nas imagens gravadas pelas câmeras de segurança da Estação
Pinacoteca.
O homem que aparece ao lado dele nas gravações, segundo
a polícia, é o servente Marcelo
Dias de Souza, que está foragido. Segundo o depoimento de
Barros, as outras três obras estão com Souza. Os outros dois
homens que participaram do
roubo -incluindo um que não
entrou na Pinacoteca- já foram identificados.
Segundo policiais, não havia
um mandante do crime pois o
próprio suspeito tentava negociar a obra. Ele disse ter recebido orientações de outro criminoso enquanto cumpria pena
por roubo e homicídio na cadeia. O roubo à Pinacoteca
ocorreu no dia 12 de junho,
quando três ladrões armados
entraram no local se passando
por estudantes, retiraram os
quadros das paredes e fugiram
rendendo só uma funcionária.
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