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Promotoria usa trabalho escolar para processar políticos
Prefeito e ex-prefeito de Janiópolis (PR) são acusados de ceder imóvel público a auto-escola e pagar contas de água e luz
O inquérito foi aberto apóso envio à Promotoria de uma pesquisa elaboradaem 2001 por alunos da Escola Estadual João 23
JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA
Um trabalho de pesquisa escolar de alunos do primeiro ano
do ensino médio de uma escola
estadual de Janiópolis (547 km
de Curitiba) embasou uma
ação civil pública por improbidade administrativa contra o
prefeito e o ex-prefeito locais.
A ação foi movida pelo Ministério Público, no último dia 15,
contra o prefeito Jair Januário
Detofol (PPS) e o ex-prefeito
Avelino Bertolini (PPS).
Ambos são acusados de irregularidades na cessão de um
imóvel público para uma auto-escola e pelo fato de o município ter pago, de 2001 a 2006, as
contas de água e luz da empresa, que não funciona mais na cidade de Janiópolis.
O inquérito, que fundamentou a ação, foi aberto após o envio à Promotoria de pesquisa
feita em 2001 por alunos da Escola Estadual João 23. Os estudantes pesquisaram o tema
"Como se deve tratar o patrimônio público" e acabaram
descobrindo casos suspeitos de
uso indevido de bem público.
O promotor Marcos José
Soares, 36, que assina a ação,
disse que os alunos, ao "exporem as irregularidades e estudarem a legislação sobre o assunto", deram uma "demonstração louvável de cidadania".
""Eu nem me lembrava mais
dessa pesquisa, mas foi gratificante ver que ela resultou em
algo prático para a sociedade",
disse Sirlei Guimarães, 39, uma
das professoras que coordenaram o trabalho em 2001. Ela
disse não saber quem usou a
pesquisa para fazer a denúncia
à Promotoria. "Agora vou pesquisar entre os alunos que fizeram a pesquisa, que mostra que
é possível cada um dar sua parte para um país melhor."
A divulgação da ação de improbidade contra o prefeito em
ano eleitoral causou polêmica
na cidade, de 8.084 habitantes.
O professor João Roberto
Freire, 48, que apóia a candidatura de Detofol à reeleição,
também participou da coordenação da pesquisa. "Dizem que
meu nome está lá [pesquisa],
mas, sinceramente, estou muito novo para não me lembrar
nada disso." Na prefeitura, a informação foi que Detofol estava
em campanha na zona rural e
que ninguém tinha autorização
para falar em seu nome.
O ex-prefeito Avelino Bertolini, que estava ontem em Cascavel, disse que ligaria de volta
para a Folha, o que não havia
ocorrido até as 23h de ontem.
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