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Só 1% dos municípios atingem nota de países desenvolvidos
DA SUCURSAL DO RIO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Apesar de a maioria das escolas e municípios brasileiros terem cumprido suas metas de
melhoria para 2007, os dados
do Ideb divulgados ontem mostram que, na 4ª série, só 739 escolas (2% do total) e 54 municípios (1%) já atingiram ou superaram a média 6.
Numa escala de zero a dez,
esse é o patamar que se espera
que todo o país alcance até
2021. Na 8ª série, onde a meta
até 2021 é de 5,5, o número de
escolas ou cidades que já chegaram ao nível projetado é menor
ainda: 189 escolas (0,7% do total) e sete cidades.
Cada escola ou município, no
entanto, tem sua própria meta
até 2021, com estágios parciais
acompanhados a cada dois
anos. Isso significa que mesmo
as escolas ou cidades que hoje
já estão acima da média também têm que melhorar.
Em 2007, atingiram a meta
parcial neste segundo ano de
monitoramento 81% dos municípios na 4ª série e 73% das cidades na 8ª série. Das escolas,
70% cumpriram as metas parciais na 4ª série, percentual que
cai para 61% na 8ª série.
Nesta segunda fase de divulgação do Ideb (na semana passada, o MEC disponibilizou dados de Estados e regiões somente), foi possível também
comparar o desempenho da rede pública com a privada. Em
todos os níveis de ensino, as
particulares vão melhor.
Na 4ª série, o Ideb delas é de
6, ante 4,2 da rede pública. Na
8ª, os índices são, respectivamente, de 5,8 e 3,5. No ensino
médio, ficam em 5,6 e 3,2.
No caso das particulares, não
há informação para cada escola
porque elas participam da avaliação do MEC apenas com
uma amostra de estudantes.
Para o pesquisador Naércio
Menezes Filho, do Ibmec-SP e
da USP, as metas parciais para
2007 foram atingidas com facilidade porque foram fixadas em
níveis mais baixos para os primeiros anos. Ele não nega, no
entanto, que esteja havendo
melhoria, especialmente no
ensino fundamental.
"O que mais explica o desempenho dos alunos é a educação
dos pais, especialmente da
mãe. De uma geração de mães
para outra, verificamos uma
melhoria na escolaridade. Isso
se reflete no desempenho dos
alunos, mas, no futuro, esse
efeito diminuirá, e os indicadores de educação só continuarão
a melhorar se houver mudança
na gestão do sistema."
Reynaldo Fernandes, presidente do Inep, diz que as metas
foram propositadamente mais
baixas porque o MEC considerou que a atual geração de alunos já estava na escola quando
foram feitos os pactos de melhoria. Ele diz que as metas ficam mais rígidas a cada ano.
As metas do Brasil para 2021
são as médias já atingidas pelos
países desenvolvidos.
Para a secretária de Educação Básica do MEC, Maria do
Pilar Lacerda, isso não significa
que, daqui a 13 anos, o Brasil
continuará defasado, porque a
evolução do país deverá ser
mais rápida do que a dos que estão no topo.
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