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Lei seca gera economia de R$ 48 milhões ao país
A Polícia Rodoviária Federal avalia que a conscientização dos motoristas foi o que mais contribuiu para a queda no número de acidentes com mortos e feridos
Cálculo se baseia em um estudo do Ipea, órgão ligado à Presidência da República, sobre os impactos sociais e econômicos dos acidentes
LUCAS FERRAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Segundo o balanço divulgado
ontem pela Polícia Rodoviária
Federal (PRF), a lei seca, em vigor há 60 dias, foi a principal
responsável pela redução no
número de acidentes com mortes nas rodovias federais, o que
gerou uma economia ao país,
no período, de R$ 48,4 milhões.
Também atribuída à lei seca
está a redução -de 14,8%- do
número de atendimentos médicos pelo Samu (Serviço de
Atendimento Móvel de Urgência) em 26 capitais do país relacionados às ocorrências de
trânsito, conforme dados do
Ministério da Saúde.
Entre 20 de junho e 19 de
agosto, diz a PRF, o número de
acidentes com vítimas nas estradas federais caiu 13,6% (de
998 para 862), o que permitiu
ao país deixar de gastar quase
R$ 50 milhões.
O cálculo se baseia em um estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), órgão ligado à Presidência da República, sobre os impactos sociais e econômicos dos acidentes nas rodovias brasileiras.
O órgão estabelece valores de
acordo com a violência do acidente e relaciona esses dados
com questões como a perda de
mão-de-obra produtiva, danos
à propriedade pública e privada, aos prejuízos materiais de
veículos e à carga transportada.
A PRF avalia que, nos últimos dois meses, a conscientização dos motoristas foi o que
mais contribuiu para a queda
do número de acidentes com
mortos e feridos. "Estamos
passando por uma mudança
cultural. A grande maioria das
pessoas não está bebendo para
depois dirigir", declarou Hélio
Cardoso Derenne, diretor-geral da PRF.
Conforme ressaltou Derenne, o álcool não é a única causa
para a morte no trânsito. "Ele
potencializa o risco de acidentes fatais, mas infelizmente é
apenas uma das facetas", disse
o chefe de comunicação.
São Paulo, que tem a maior
frota de veículos e a maior extensão urbana do país, foi o Estado que mais economizou com
a redução da violência nas estradas federais, segundo a PRF:
R$ 11,5 milhões nos últimos
dois meses.
O Ipea também foi citado pelo Ministério da Saúde na divulgação de dados sobre a redução de atendimentos do Samu.
O período de comparação usado pela pasta, no entanto, foi de
30 dias, comparados a um período anterior e a outro posterior à vigência da lei seca.
Nas 26 capitais aferidas (a
única exceção foi Boa Vista,
pois o Samu da cidade só começou a operar em julho), nos 30
dias seguintes ao início da aplicação da lei, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
atendeu 1.772 ocorrências de
trânsito a menos na comparação com o mês anterior.
Na capital paulista, um mês
antes da lei seca, o Samu registrou 1.711 operações de resgate
relacionadas ao trânsito, número que, em julho, após 30
dias de vigência da nova legislação, caiu para 1.467.
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