|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
LEOPOLDO AUGUSTO BHERING SERRAN (06/05/1942-20/08/2008)
Roteirista, Serran ajudou a levar o cinema brasileiro ao Oscar
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
O roteirista de cinema Leopoldo Serran morreu na madrugada de ontem, no Hospital de Ipanema, zona sul do
Rio, aos 66 anos. Segundo seu
filho Guilherme Serran, ele
lutava contra um câncer de fígado e seu estado de saúde se
agravou muito nos últimos
quatro meses.
Serran tem roteiros de peso
no currículo, como o do longa
"Dona Flor e Seus Dois Maridos" (1976), filme de maior
público da história do cinema
brasileiro. Entre outros prêmios, recebeu o troféu de melhor roteiro da APCA em 1975
por "A Estrela Sobe", que dividiu com Cacá Diegues, Isabel Câmara e Bruno Barreto.
O roteirista ajudou o Brasil
a ser indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro duas
vezes: com "O Quatrilho", dirigido por Fábio Barreto, em
1996, e com "O que É Isso,
Companheiro?", com direção
de Bruno Barreto, dois anos
mais tarde.
Até então, só "O Pagador de
Promessas" tinha disputado a
estatueta na edição de 1963.
Nascido no Rio de Janeiro
em 1942, estreou como roteirista aos 21 anos, com "Ganga
Zumba". O trabalho com o cineasta Cacá Diegues se repetiu nos longas "A Grande Cidade" (1966) e "Bye Bye Brasil" (1979), um de seus trabalhos mais importantes.
Outras parcerias que marcaram sua carreira aconteceram com Arnaldo Jabor -em
"Tudo Bem" (1978) e "Eu te
Amo" (1980)-, Murilo Salles
("Faca de Dois Gumes", 1989)
e, em especial, Bruno Barreto.
Fez com este, além de "Dona
Flor", os longas "Amor Bandido" (1979) e "Gabriela Cravo e
Canela" (1983).
Seus dois últimos trabalhos
para o cinema foram "A Paixão de Jacobina" (2002), dirigido por Fábio Barreto, e "Onde Anda Você?" (2004), de
Sérgio Rezende.
Na TV, o roteirista participou, entre outros trabalhos,
das séries "Plantão de Polícia"
(1979), "A Máfia no Brasil"
(1984) e "Engraçadinha, Seus
Amores e Seus Pecados"
(1995). Também escreveu
episódios para a fase recente
de "Carga Pesada".
Seu filho Guilherme Serran
disse que o pai era um escritor
"que buscava a excelência".
Nos últimos anos, o roteirista também enveredou pela
literatura. Lançou o livro
"Arara Carioca", em 2006, e
deixou acabada sua segunda
obra, "O Penúltimo Caso",
ainda inédita.
Leopoldo Serran foi enterrado ontem no cemitério São
João Batista, em Botafogo
(zona sul).
Texto Anterior: Mortes Próximo Texto: Umidade do ar cai a 16%, e SP tem o dia mais seco do ano Índice
|