São Paulo, quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

LEOPOLDO AUGUSTO BHERING SERRAN (06/05/1942-20/08/2008)

Roteirista, Serran ajudou a levar o cinema brasileiro ao Oscar

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

O roteirista de cinema Leopoldo Serran morreu na madrugada de ontem, no Hospital de Ipanema, zona sul do Rio, aos 66 anos. Segundo seu filho Guilherme Serran, ele lutava contra um câncer de fígado e seu estado de saúde se agravou muito nos últimos quatro meses.
Serran tem roteiros de peso no currículo, como o do longa "Dona Flor e Seus Dois Maridos" (1976), filme de maior público da história do cinema brasileiro. Entre outros prêmios, recebeu o troféu de melhor roteiro da APCA em 1975 por "A Estrela Sobe", que dividiu com Cacá Diegues, Isabel Câmara e Bruno Barreto.
O roteirista ajudou o Brasil a ser indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro duas vezes: com "O Quatrilho", dirigido por Fábio Barreto, em 1996, e com "O que É Isso, Companheiro?", com direção de Bruno Barreto, dois anos mais tarde.
Até então, só "O Pagador de Promessas" tinha disputado a estatueta na edição de 1963.
Nascido no Rio de Janeiro em 1942, estreou como roteirista aos 21 anos, com "Ganga Zumba". O trabalho com o cineasta Cacá Diegues se repetiu nos longas "A Grande Cidade" (1966) e "Bye Bye Brasil" (1979), um de seus trabalhos mais importantes.
Outras parcerias que marcaram sua carreira aconteceram com Arnaldo Jabor -em "Tudo Bem" (1978) e "Eu te Amo" (1980)-, Murilo Salles ("Faca de Dois Gumes", 1989) e, em especial, Bruno Barreto. Fez com este, além de "Dona Flor", os longas "Amor Bandido" (1979) e "Gabriela Cravo e Canela" (1983).
Seus dois últimos trabalhos para o cinema foram "A Paixão de Jacobina" (2002), dirigido por Fábio Barreto, e "Onde Anda Você?" (2004), de Sérgio Rezende.
Na TV, o roteirista participou, entre outros trabalhos, das séries "Plantão de Polícia" (1979), "A Máfia no Brasil" (1984) e "Engraçadinha, Seus Amores e Seus Pecados" (1995). Também escreveu episódios para a fase recente de "Carga Pesada".
Seu filho Guilherme Serran disse que o pai era um escritor "que buscava a excelência".
Nos últimos anos, o roteirista também enveredou pela literatura. Lançou o livro "Arara Carioca", em 2006, e deixou acabada sua segunda obra, "O Penúltimo Caso", ainda inédita.
Leopoldo Serran foi enterrado ontem no cemitério São João Batista, em Botafogo (zona sul).


Texto Anterior: Mortes
Próximo Texto: Umidade do ar cai a 16%, e SP tem o dia mais seco do ano
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.