São Paulo, quarta-feira, 21 de setembro de 2011 |
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Chefe de presídios no Pará já sabia de presença de menina Ele foi exonerado do cargo ontem; diretor também tinha conhecimento Conselheiro tutelar diz que colônia penal funcionava como um "spa", sem controle de quem entra e quem sai ISMAEL MACHADO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE BELÉM FELIPE LUCHETE DE SÃO PAULO Relatórios da Colônia Agrícola Heleno Fragoso, em Santa Isabel do Pará, apontam que o chefe da Susipe (Superintendência do Sistema Penal), major Francisco Mota Bernardes, e a diretoria da casa sabiam da presença de adolescentes e da entrada de armas, bebidas e drogas. O major Bernardes foi exonerado ontem, após uma garota de 14 anos denunciar ter sido estuprada por presos. O secretário de Segurança Pública do Pará, Luiz Fernandes Rocha, disse que o superintendente foi demitido pela demora em tomar providências. O diretor da colônia, Andrés de Albuquerque Nunes, também foi exonerado. Em relatório do dia 1º, Nunes afirmou à Susipe que menores frequentavam a casa. No documento, pediu ajuda para impedir que o local se transformasse em "casa de prostituição". Um novo documento foi enviado no dia 6. Sete dias depois, Bernardes perguntou quais providências estavam sendo tomadas, mas não apontou soluções. Em agosto, o vice-diretor, Mike Otávio de Oliveira, já havia relatado que gente encapuzada e com "corpo que se assemelhava ao de mulher" havia entrado ali. A colônia é de regime semiaberto -presos podem sair durante o dia. Segundo o conselheiro tutelar Benilson Silva, a casa funciona como um "spa", sem controle de quem entra e sai. A garota disse ao conselho que passou quatro dias em poder dos presos na semana passada, sendo obrigada a consumir drogas e fazer sexo. Disse ainda que conseguiu fugir no sábado e foi levada a uma casa de proteção. A jovem falou que foi acompanhada por outras duas adolescentes, mas a Susipe afirmou que não encontrou menores no domingo. O secretário de Segurança, porém, admitiu que seis mulheres estavam escondidas em alojamentos no sábado. O Ministério Público Federal acompanha o caso. Texto Anterior: ONU apura violência policial e tortura em SP Próximo Texto: Outro lado: Exonerados não são encontrados para comentar Índice | Comunicar Erros |
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