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Comissão é "espécie de reserva moral"
DA REPORTAGEM LOCAL
A filósofa Marilena Chaui teve participação marcante em
dois eventos da FFLCH na semana passada. Na quarta-feira,
após participar de um ato pró-faculdade e ser aplaudida de pé
pelos alunos, integrou uma comissão de professores notáveis
que se reuniu com o vice-reitor
Hélio Nogueira da Cruz.
Na reunião, não poupou duras críticas à política de contratações de docentes adotada pela reitoria. Para ela, essa questão é simbólica. "Nossa luta é
pela formação universitária."
Não é a primeira vez que Marilena entra em confronto com
a reitoria da USP. Em 2000, durante uma greve de estudantes,
o então reitor Jacques Marcovich chegou a se queixar da "retórica incendiária" da filósofa.
Na quinta-feira, Marilena
participou ativamente da eleição para o novo diretor da unidade. O professor Sedi Hirano
(sociologia) foi o favorito.
Após a eleição, ela sugeriu
aos professores que a comissão
de notáveis seja ampliada e que
interceda nas negociações entre a FFLCH e a reitoria sempre
que houver um impasse. Ao final, queixando-se de gastrite,
concedeu entrevista à Folha.
Folha - De que maneira os notáveis pretendem intervir no
processo de negociação?
Marilena Chaui - A idéia é ter
uma comissão de professores
notáveis de prontidão. A cada
impasse que surgir na comissão tripartite [grupo composto
por representantes dos estudantes, professores e da reitoria que negociará o fim da greve estudantil", esse grupo intervirá porque nós queremos que
o processo não emperre. Quando emperrar, nós iremos lá para desemperrar.
Folha - Há esse risco?
Marilena - Sempre há divergências grandes. Periodicamente o trabalho vai emperrar,
e nós estaremos lá para abrir as
comportas outra vez.
Folha - É a primeira vez que isso acontece?
Marilena -Não, não. Já houve
isso em questões salariais e de
maus-tratos aos estudantes. Isso é uma espécie de reserva
moral. Nas grandes crises, a reserva moral é chamada.
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