São Paulo, quarta-feira, 23 de julho de 2008

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outro lado

Deputado nega acusação e diz ser perseguido politicamente

"Sou chefe de família", disse Natalino Guimarães; para advogado dele, prisão foi "ilegal"

DA SUCURSAL DO RIO

Ao ser preso, o deputado estadual Natalino Guimarães (DEM) negou ser chefe de grupos de milicianos. "Não existe nada disso. Eu não faço parte de milícia. Sou chefe de família. Estou sendo perseguido politicamente", disse na delegacia.
O advogado do deputado, Jonas Tadeu Nunes, afirmou que a prisão foi "ilegal". Ele disse que as duas armas encontradas com Natalino, uma pistola da Polícia Civil e uma escopeta, estão registradas.
"Apesar de ter sido expulso, ele ainda não foi notificado para devolver a arma. A expulsão dele ainda não transitou em julgado. A escopeta está registrada em seu nome", declarou Nunes. O deputado foi expulso da polícia há duas semanas.
O delegado Marcus Neves afirmou que o grupo estava com as dez armas apreendidas e todos são responsáveis por elas. "As armas certamente não brotaram do chão ou caíram do céu", afirmou.
O advogado diz ainda que Natalino não participava de nenhuma reunião. Segundo o relato do deputado, ele chegava em casa quando foi abordado pelos policiais.
Para Nunes, não havia motivo para o seu cliente ser preso por tentativa de homicídio, já que não trocou tiros com policiais. A polícia reconhece que Natalino não atirou, mas, como estava com o grupo que reagiu à chegada dos policiais, ele também responde pelo crime.
A defesa de Natalino entrou com uma representação na presidência da Alerj (Assembléia Legislativa do Rio). Às 11h de hoje, os deputados que integram a Mesa Diretora vão se reunir para analisar os autos da prisão. Também participam os parlamentares do Conselho de Ética e da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça).

Parecer
Se considerar ilegal a prisão, a CCJ vai formular um parecer determinando a soltura de Natalino. Esse parecer terá de ser submetido ao plenário. Como os deputados estão em recesso -só voltam em 1º de agosto-, será preciso convocar uma sessão extraordinária.
A Folha não localizou os advogados de Fábio Pereira de Oliveira, dos cabos da PM Rogério Alves de Carvalho e Ivilson de Lima, do agente penitenciário Vagner Resende de Miranda e do assessor parlamentar Julio Pereira da Costa, presos na operação de ontem. (IN e FG)


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