São Paulo, quarta-feira, 23 de julho de 2008

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Explosão deixa 2 feridos no Conjunto Nacional

Acidente aconteceu durante manutenção de ar-condicionado e feriu dois técnicos

Houve pânico e tumulto no condomínio, no centro de São Paulo; o trânsito ficou prejudicado na região da Paulista e dos Jardins


Marlene Bergamo/Folha Imagem
Vítima da explosão do ar-condicionado, técnico de refrigeração é socorrido com queimaduras

VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
EVANDRO SPINELLI

DA REPORTAGEM LOCAL

Dois técnicos em refrigeração ficaram feridos com queimaduras de primeiro, segundo e terceiro graus -um deles em 60% do corpo- após a explosão de um aparelho de ar-condicionado durante a manutenção com um tubo de oxigênio no segundo terraço do Conjunto Nacional, no lado da alameda Santos (centro de São Paulo).
Houve pânico e tumulto no condomínio, e o trânsito ficou prejudicado na região da avenida Paulista e dos Jardins. Segundo relatos de testemunhas, o estrondo foi ouvido no Masp, a três quadras dali.
A administração do Conjunto Nacional, onde circulam cerca de 30 mil pessoas por dia, informou que a explosão atingiu o ar-condicionado da academia Bio Ritmo.
O trabalho de manutenção preventiva no equipamento era realizado desde o início da manhã de ontem por funcionários de uma empresa terceirizada contratada pela academia.
No momento do acidente, eles estavam na casa de máquinas do sistema de ar-condicionado e, após a explosão, parte do fogo correu pelo duto e chamuscou o teto da academia na área de bicicletas ergométricas.
Santo Galli Sobrinho, 51, foi levado à UTI de queimados do Hospital das Clínicas em estado grave e corre risco de morrer. Ele teve queimaduras de primeiro, segundo e terceiro graus em 60% do corpo.
A outra vítima, Rildo Elias Soares, 39, teve fratura exposta na perna direita e 15% do corpo queimado. Segundo o HC, o estado dele é estável, ele está consciente e passou por cirurgia com equipe de ortopedia no fim da noite de ontem.
Segundo os bombeiros, eles não trabalhavam com maçaricos nem havia resíduos de cigarro no local.
Moradores do edifício, um misto de escritórios e apartamentos, disseram ter visto um homem debelar as chamas do corpo nos arbustos e gritar por socorro. O pedido de resgate foi feito às 14h30. Seis carros dos bombeiros, uma ambulância do Samu e um helicóptero da PM participaram da operação.
"Ouvi uma explosão muito forte, muito diferente da explosão de uma bomba caseira ou de uma bomba de São João. Na seqüência, ouvi um grito de socorro. Quando olhei, vi o funcionário em chamas se jogando no arbusto", disse o economista Antônio Cunha Campos dos Santos, que estava no apartamento da mãe, no segundo andar do prédio.
Gerente de operações do Conjunto Nacional, Nicolino Diório diz ter levado um "susto". "A explosão foi muito forte. Pensei que fosse um acidente na rua Augusta."
"O chão tremeu no momento da explosão e houve um corre-corre de pessoas e de policiais", diz o professor Marcelo Cabral, que estava na Livraria Cultura.

Evacuação
A academia foi fechada por cerca de meia hora. Com o susto, moradores e funcionários começaram a evacuar o prédio voluntariamente.
A operação, no entanto, foi interrompida depois de ser confirmado que a explosão não havia comprometido a estrutura do edifício, que é tombado pelo patrimônio histórico.
Segundo o major Jovelino Barbosa Lima, do Corpo de Bombeiros, a perícia científica deve indicar as causas do acidente, que deve ser visto como "acidente de trabalho". "Foi uma fatalidade", afirma.
Coordenador da Defesa Civil, o coronel Orlando Rodrigues Camargo disse que uma bola de fogo derreteu a estrutura do ar-condicionado.
Com o acidente, o tráfego na al. Santos foi interditado das 14h47 às 15h30, quando foi liberado parcialmente. A liberação total só ocorreu às 16h42.


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