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Acusado de cobrar propina de camelôs, ex-chefe de fiscais é solto
O irmão dele, ex-assessor político do subprefeito da Mooca, continua preso
KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL
A Justiça de São Paulo concedeu ontem à noite liberdade
provisória a Felipe Eivazian,
ex-chefe dos fiscais da Subprefeitura da Mooca, preso preventivamente desde o último
dia 11 de julho. Ele é acusado de
integrar uma quadrilha que
usava a infra-estrutura do órgão para cobrar propina de camelôs irregulares da zona leste.
A decisão foi do desembargador Roberto Mortari, que concedeu o habeas corpus a Felipe
por extensão da medida liminar dada na quinta-feira passada ao advogado Leandro Giannasi Severino Ferreira, preso
sob a mesma acusação.
Em seu despacho, Mortari
afirma que tanto o ex-chefe dos
fiscais quanto o advogado
preenchem os requisitos para
responderem ao processo em
liberdade: têm residência fixa,
bons antecedentes e ocupação
lícita. Segundo sua advogada,
Michelle Fernanda Scarpato
Casassa, Felipe é sócio do pai
em uma loja de sapatos.
Além disso, o desembargador
afirma em seu despacho que a
investigação realizada pela Polícia Civil não mencionou qual
foi a participação de Felipe no
esquema criminoso.
"Ele é inocente e será solto
amanhã [hoje]. As acusações
contra ele não procedem", disse a advogada, que, no entanto,
não conseguiu a liberdade do
irmão de Felipe, Georges Marcelo Eivazian, apontado pela
polícia e pelo Ministério Público Estadual como o cabeça do
esquema que extorquiu R$ 15,9
milhões, durante mais de um
ano, de 7.500 camelôs.
Georges trabalhava como assessor político do subprefeito
da Mooca, Eduardo Odloak. Ele
e o irmão Felipe já foram exonerados do cargo por Odloak.
O desembargador negou o
pedido de liberdade provisória
a Georges por entender que as
gravações feitas pela polícia, a
partir de escutas telefônicas
autorizadas pela Justiça, sugerem que ele teria uma participação no grupo criminoso como "um dos líderes do bando."
"Essas gravações podem ter
sido editadas. Já pedi uma perícia no material", disse a advogada dos irmãos, que pretende
entrar hoje com um novo habeas corpus para Georges.
Ontem, o promotor José
Carneiro, do Gaeco (Grupo de
Atuação Especial de Repressão
ao Crime Organizado), denunciou à Justiça 13 pessoas -cinco funcionários da subprefeitura da Mooca e sete camelôs-,
acusados de concussão (extorsão praticada por funcionário
público) e formação de quadrilha. Se a Justiça aceitar a denúncia, eles serão réus.
Além de Felipe e Leandro, estão soltos quatro ambulantes.
Dois outros camelôs continuam foragidos. Georges, três
agentes fiscais e um ambulante
permanecerão presos.
A Promotoria investiga se os
acusados também extorquiram
vendedores legalizados sob a
ameaça de cassar suas licenças.
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