São Paulo, domingo, 23 de outubro de 2011 |
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ANÁLISE Haddad não pode se dar ao luxo de novos erros em prova ELIANE CANTANHÊDE COLUNISTA DA FOLHA Afora o poderoso apoio do ex-presidente Lula, Fernando Haddad tem poucas vitrines na provável candidatura à Prefeitura de São Paulo: a juventude, uma boa estampa e os anos no Ministério da Educação -que também podem ser vidraça. Em seis anos como ministro, certamente ele tem o que mostrar. Mas há pequenos erros com enorme visibilidade. O vazamento das provas do Enem em 2009, a falha na montagem de exames em 2010, linguagem "coloquial" em livros de português, erros em apostilas de matemática e as idas e vindas no kit anti-homofobia certamente convêm menos ao candidato e mais aos seus adversários. É por isso que Haddad não pode se dar ao luxo de mais erros na prova do Enem deste final de semana, e se trancou no MEC em silêncio. BOCA FECHADA Malvina Tuttman, presidente do Inep, órgão responsável pela organização do Enem, cancelou -por ordem do ministro- uma entrevista já marcada. O próprio Haddad, que falaria sobre as provas, recuou e não abriu a boca. Diante da informação de troca de locais das provas no Rio, o ministério não apenas reconheceu como divulgou nota informando que, em vez de um, havia dez casos de erro, em oito cidades do país. Campanhas eleitorais são sempre desgastantes e com Haddad não será diferente. Neófito no jogo duro da política e dos palanques, ele vai estrear disputando a mais importante prefeitura do país, berço tanto do PT quanto do PSDB -os dois inimigos políticos viscerais no município, no Estado e no país. CARA A CARA O ministro pode ficar descansado em relação à armação política da candidatura e à corrida de obstáculos para conquistar a legenda do PT. Lula cuida disso. E cuida como ninguém. O problema é que, depois dessa etapa, sobra o candidato cara a cara tanto com os oponentes do PSDB e do novo PSD do prefeito Gilberto Kassab quanto com... sua excelência, o eleitor. A gestão de Haddad promoveu a expansão do ensino superior e investe agora na multiplicação de creches, mas qualquer erro no Enem deste ano, grave ou nem tanto, tenderá a ser superestimado na campanha. Afinal, os erros costumam ter muito mais sabor e peso do que os acertos. São, enfim, como pedras em vidraças. Texto Anterior: Enem termina hoje com prova de redação Próximo Texto: Resíduo de hospital vai para lixão, afirma IBGE Índice | Comunicar Erros |
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