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RENATO CASTANHARI (1923-2008)
Ex-diretor financeiro do Grupo Folha
WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Renato Castanhari era um
homem sereno. Mesmo a
cargo das finanças do Grupo Folha, no tempo em que as
moedas eram trocadas da
noite para o dia, pouco mudava de humor -salvo em jogos do Palmeiras. Foi preciso
uma invasão para deixá-lo
"realmente chateado".
Conhecia o publisher da
Folha, Octavio Frias de Oliveira, havia meio século, desde que este fundara o Banco
Nacional Imobiliário, nos
anos 40. Técnico contábil
chamado para redigir contratos no BNI, "foi tão bem",
diz o amigo Alcides Grandisoli, "que foi contratado".
Acompanhou o chefe na
empresa Transaco e, em
1962, na Folha da Manhã
S/A, comprada por Frias e
Carlos Caldeira Filho. "Homem de confiança", começou
no setor de finanças e acabou
diretor financeiro da empresa por mais de 20 anos. Lá viveu o maior susto da carreira.
"Eles foram atrás do meu
pai com metralhadora", diz o
filho, sobre o dia em que Castanhari estava em sua sala na
sobreloja do número 401 da
al. Barão de Limeira, em 23
de março de 1990, e soube
que policiais federais, "a pretexto de comprovar irregularidades na troca de faturas
emitidas em cruzados novos
por faturas em cruzeiros", invadiram o prédio a mando do
governo de Fernando Collor.
Foi levado para depor. "E ficou muito abalado."
Anos depois teve um infarto, aposentou-se e foi viver
em Ribeirão Preto (SP), sereno. Apreciava vinhos e viagens. "Ir à Itália, para ele, era
chegar ao céu." Viúvo, tinha
dois filhos e cinco netos.
Morreu ontem, de insuficiência cardíaca, aos 84.
obituario@uol.com.br
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