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Traficantes e milícias fecham favelas no Rio
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
Enquanto milicianos fecham favelas com portões
e cadeados com medo da
volta do tráfico, em pelo
menos cinco comunidades
da zona oeste carioca os
criminosos bloqueiam os
acessos com peças de concreto e ferro por temor do
avanço das milícias.
As favelas em que os traficantes tentam evitar o
ingresso dos milicianos
são Cavalo de Aço, Rebu,
Selva de Pedra, Coréia e
Taquaral, que acompanham o trajeto da avenida
Santa Cruz no trecho entre as estações ferroviárias
de Santíssimo e Senador
Camará, na zona oeste.
Há também quatro favelas em que a milícia instalou portões. Os moradores, para entrar e sair, têm
que comprar a chave. Se
não o fizerem, são obrigados a esperar um vizinho
abrir o portão para passar.
Os portões das milícias
foram instalados na zona
norte nos morros do Dezoito (Água Santa) e do
Barbante (Ilha do Governador) e nas favelas Roquete Pinto (Ramos) e Vila
Alvorada (Anchieta).
A prática é sempre a
mesma. Os milicianos colocam os portões e depois
avisam os moradores. A
chave custa de R$ 3 a R$ 5.
Menos organizados que
os milicianos, traficantes
da zona oeste fecham ruas
com tubos de concreto e
dormentes, mas liberam a
passagem de pedestres.
A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) das
Milícias desconhece quantas favelas são controladas
pelos paramilitares. A estimativa da Secretaria de
Segurança Pública é de
cerca de 100 das 513 favelas catalogadas no Rio.
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