|
Texto Anterior | Índice
A terra onde há mais menina-mãe
DA REVISTA
Em todas as ZHs, a maioria dos
jovens que já constituíram família
própria é do sexo feminino. Mas a
zona 4 chama atenção pela discrepância entre o número de meninas que têm filhos (23%) e o de
meninos que se dizem pais
(7,3%).
Ou eles não assumem as crianças ou elas têm filhos com homens mais velhos. A assistente social Rosa de Lourdes Azevedo dos
Santos, que defendeu tese de mestrado na USP sobre a gravidez
adolescente em Sapopemba
-um dos distritos da zona 4-,
aposta na segunda hipótese. "Os
adolescentes normalmente assumem a paternidade", afirma.
O urbanista Kazuo Nakano, do
Instituto Pólis, lembra também a
falta de acesso às medidas contraceptivas. "Os jovens da periferia
têm as informações, conhecem os
anticoncepcionais, mas muitas
vezes não têm dinheiro para comprá-los. Em alguns locais, também não têm acesso aos serviços
de saúde."
Outro indicador que chama a
atenção na ZH4 é o desemprego:
70,8% dos jovens não trabalham.
O índice é mais alto até do que na
zona 5 (68,1%), onde se observa
maior exclusão.
Outra desvantagem é a distância das regiões onde há, de fato,
trabalho.
Texto Anterior: Entre dois extremos e com samba Índice
|