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PLANTÃO MÉDICO
Brasileiros contribuem para vacina
JULIO ABRAMCZYK
Victor e Ruth Nussenzweig são
dois brasileiros que pesquisam,
nos laboratórios da Universidade
de Nova York, há muitos anos,
uma vacina contra a malária.
Foram muitos anos em que ninguém acreditava na possibilidade
de um dia existir uma vacina antimalárica. Finalmente, na semana
passada, o trabalho de mais de 30
anos frutificou. A vacina RTS,S/
ASO2A, usada em Moçambique
("The Lancet" 2004;364:1411-20)
em testes contra a malária, é baseada nas pesquisas pioneiras dos
Nussenzweig.
Ela se mostrou efetiva, mas é
apenas o início de um longo caminho até poder ser usada em massa
no Brasil e em países endêmicos
da África.
A vacina usa a atividade inibitória dos anticorpos à proteína CS
(Circumsporozoite protein). O
CS é o elo necessário para os esporozoítos, um dos ciclos do parasita da malária, invadirem as células do fígado. Os esporozoítos,
concentrados na glândula salivar
do mosquito, são introduzidos na
corrente sanguínea das pessoas
pela picada do inseto.
É nesta fase (ciclo exoeritrocitário) que o tipo de vacina sugerida
pelos Nussenzweig atua, antes
que os glóbulos vermelhos do
sangue se infectem com o Plasmodium falciparum e impede
que o parasita da malária continue seu ciclo vital.
A vacina usada no teste foi desenvolvida no Instituto Walter
Reed, EUA, em colaboração com
a GlaxoSmithKline Biologicals.
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