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PLANETA VERMELHO
Especialistas dão dicas para público consumidor que se forma com uma característica bem brasileira, a diversidade
Bebida cai nas graças e na preferência dos brasileiros
ROBERTO DE OLIVEIRA
DA REVISTA
Dos pálidos góticos aos clubbers
que batem os pés nas pistas de
música eletrônica. De casais aposentados loucos por uma novidade a mulheres que se reúnem em
confraria para discutir a vida, os
homens e as safras de vinho. O
brasileiro está nos braços de Baco.
No paulistano clube underground Xingu, o espumante chega a ser a bebida mais vendida.
"Vendemos até cem garrafas numa noite", anima-se um dos donos da casa, Victor Corrêa.
O interesse é proporcional ao leque de opções. Ao lado de EUA e
Inglaterra, o Brasil concentra uma
das maiores e mais diversificadas
ofertas de vinhos do mundo: são
cerca de 7.000 rótulos de 20 países. "Na França ou na Itália, o
consumidor encontra quase que
exclusivamente vinhos daquela
região. Como não somos um país
tradicionalmente produtor, temos um perfil semelhante ao da
Inglaterra: uma diversidade que
faz a festa para quem conhece, ao
mesmo tempo em que traz dificuldade para o consumidor comum", diz Arthur P. Azevedo, 51,
vice-presidente da ABS-SP (Associação Brasileira de Sommeliers).
Aos poucos o brasileiro está
aprendendo. Há cinco anos, os
cursos promovidos pela associação reuniam uma média de 30 homens, acima de 45 anos, quase
sempre profissionais liberais de
classe média-alta. Eram eventos
semestrais. Hoje, a entidade organiza um curso por mês, com o dobro de interessados. O perfil também mudou: de estudantes de 25
anos a aposentados com mais de
65. As mulheres já são 20%.
A aura de sofisticação da bebida
tem se mantido. "Para conhecer o
mundo do vinho, a pessoa acaba
aprendendo mais geografia, gastronomia, história. Traz cultura",
acha Carlos Cabral, 53, consultor
de vinhos do Grupo Pão de Açúcar, o maior vendedor no país.
Para ajudar esse novo consumidor, o quadro ao lado responde as
perguntas mais comuns e dá dicas
de seis especialistas.
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