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Evangélicos protestam contra lei anti-homofobia no Senado
Projeto aprovado na Câmara tramita na Comissão de Assuntos Sociais do Senado
Para os evangélicos, proposta impede a liberdade de expressão; se aprovado, eles não poderão condenar em cultos o ato homossexual
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Um grupo formado por cerca
de mil evangélicos tentou invadir ontem o Senado para protestar contra o projeto de lei
que criminaliza a homofobia
(rejeição ou aversão a homossexual e à homossexualidade).
Houve empurra-empurra e discussões com os seguranças na
entrada principal da Casa.
O projeto já foi aprovado na
Câmara dos Deputados e, no
momento, tramita na Comissão de Assuntos Sociais do Senado. A senadora Fátima Cleide (PT-RO) foi nomeada relatora. Ela já se declarou a favor
da proposta. Ontem, no momento em que os evangélicos
tentaram entrar no Senado, ela
discursava da tribuna da Casa.
"Nosso maior desafio é reconhecer que somos uma sociedade plural, diversa. E, como
tal, devemos cumprir nosso dever constitucional de criar mecanismos para combater qualquer forma de discriminação",
disse a senadora petista
De acordo com o texto do
projeto, poderá haver pena de
reclusão de dois a cinco anos
para quem discriminar homossexuais. Para os evangélicos, o
projeto impede a liberdade de
expressão. Se aprovado, eles
não poderão condenar em cultos o ato homossexual. Haverá
punições também para quem
demitir funcionários por causa
da sua opção sexual.
"Se um funcionário for dispensado de uma empresa, pode
alegar homofobia e o dono da
empresa vai ser preso por crime hediondo. Queremos um
projeto para proteger todas as
minorias", disse o deputado
Bispo Rodovalho (DEM-DF),
da Igreja Sara Nossa Terra.
Deputados e senadores da
frente parlamentar de defesa
da família -integrada também
por deputados católicos- ajudaram parte do grupo de manifestantes a entrar na presidência do Senado, onde foram recebidos por Magno Malta (PR-ES), que é evangélico.
"Trata-se aqui de a pessoa ter
liberdade de ser o que gostaria
de ser. Se ela quer ser homossexual, que seja. Se quer se juntar
com alguém, que se junte. Mas
eu não preciso aceitar isso. Eu
tenho minha opinião e não gostaria de ver meu filho recebendo educação que considero inadequada dentro de uma escola", disse Fadi Faraj, do Ministério da Fé, após a reunião.
Pastores de diferentes igrejas
evangélicas também visitaram
gabinetes de senadores. Membro da Assembléia de Deus, o
pastor Silas Malafaia visitou o
gabinete de Alvaro Dias (PSDB-PR). Ele fez questão de gravar a
entrega do manifesto contra o
projeto ao congressista paranaense.
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