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Baleado em assalto, garoto escapa por 2 cm
Pai reagiu e tentou tirar a arma do criminoso, que disparou; bala atingiu o supercílio direito do menino de quatro anos
Segundo médico, ferimento foi muito próximo de estruturas cerebrais e poderia ter provocado a morte ou deixado seqüelas graves
KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL
RACHEL AÑÓN
DA AGÊNCIA FOLHA
Um menino de quatro anos
foi baleado de raspão na cabeça,
anteontem à noite, depois que
seu pai reagiu a uma tentativa
de assalto, no Sacomã, na zona
sul de São Paulo. Fábio Martins
Botelho foi ferido no supercílio
direito, passou por cirurgia e
não corre risco de morte. Em
situações como essa, a polícia
recomenda à vítima não reagir.
O médico Fábio Azevedo de
Almeida, que operou o garoto
no Hospital São Camilo, disse
que o menino escapou da morte por um a dois centímetros.
"Ele teve muita sorte. O ferimento foi muito próximo ao
olho e também de estruturas
cerebrais. Um desvio de trajetória de poucos centímetros
poderia ter ocasionado uma
perda de visão, uma lesão encefálica grave ou até o óbito."
Fábio deve ter alta amanhã.
Ele não terá seqüelas.
Segundo o delegado Celso
Marchiori, do 26º DP, o técnico
em enfermagem Armando Soares Botelho, 32, pai do menino,
quis tirar a arma de dois homens que invadiram a garagem
de sua casa por volta das 21h30,
quando ele havia acabado de
estacionar seu Fiat Palio.
Botelho disse que os ladrões
pretendiam roubar seu carro e
objetos do imóvel. O menino
dormia no banco traseiro.
Segundo o relato do pai, sua
mulher, a auxiliar Elaine Cristina Mota Martins, 30, perguntou aos criminosos se queriam
o carro e disse que precisava tirar o menino do veículo. Nesse
momento, conforme Botelho,
os bandidos disseram que queriam entrar na casa.
"Eu expliquei que não dava
para entrar naquele momento
porque tinha um alarme e era
preciso desligá-lo. Nessa hora,
o bandido falou que quem mandava ali era ele e me deu uma
coronhada na cabeça com o cabo do revólver", disse.
Botelho contou que pôs a
mão na cabeça após levar a coronhada. "Achei que tinha sangrado." Conforme seu relato, o
bandido bateu pela segunda vez
com a arma em sua cabeça, dessa vez com o cano. "Aí eu senti o
cano do revólver e o segurei."
Ele e o criminoso entraram
em luta corporal. "Eu continuei
a segurar o cano e tentava tirar
a arma dele. Foi quando ele puxou o revólver para baixo e
apertou o gatilho."
O disparo acertou a parede
da casa, ricocheteou no teto, estilhaçou o pára-brisa dianteiro
do Pálio e atingiu a testa de Fábio, que estava no colo da mãe,
no banco do carona.
"Até então eu não sabia que a
bala tinha atingido meu filho",
disse Botelho, que contou ter
sido agredido pelo outro bandido com um tijolo. "Ele me acertou na cabeça, nos braços e nas
pernas para eu soltar a arma."
Os bandidos, que não usavam
máscaras, recuperaram a arma
e fugiram a pé, sem levar nada.
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