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Granada explode em baile funk e fere 13
Suspeito de ter levado o explosivo ao baile, na favela de Antares, na zona oeste do Rio, foi achado morto a tiros horas depois
Testemunhas disseram à polícia que um homem dançava exibindo na mão o artefato, que caiu; um ferido continuava internado
DA SUCURSAL DO RIO
A explosão acidental de uma
granada de fabricação caseira
feriu 13 pessoas que participavam de um baile funk na madrugada de ontem, na favela de
Antares, em Santa Cruz (zona
oeste do Rio).
Horas depois, o suspeito de
ser o responsável pelo explosivo, Eduardo Campos da Silva,
30, foi encontrado morto com
tiros na cabeça e no peito, à beira da linha férrea, perto de Antares. A polícia acredita que ele
era da quadrilha local e tenha
sido morto por traficantes em
retaliação pela explosão.
De acordo com relatos de testemunhas à polícia, um homem
dançava no baile funk, numa
rua da favela, exibindo a granada em uma das mãos.
Por volta das 3h20, o artefato
caiu acidentalmente, quicou no
chão algumas vezes e rolou em
direção a um grupo de jovens.
Os estilhaços de granada se
espalharam pela área e feriram
ao menos 13 pessoas, a maioria
nas pernas. Cinco dos feridos
eram menores de 18 anos
-sendo um de 11 anos.
Quase todas as vítimas sofreram lesões leves e foram liberadas ainda pela manhã. Dois homens tiveram problemas um
pouco mais graves. Rafael Rodrigues, 19, teve o pé esquerdo e
a perna direita suturados, mas
já teve alta. Jorge Marcus Chaves, 34, continuava internado
para sofrer cirurgia no dedão
do pé direito, que corria o risco
de perder.
Corpo
O corpo de Eduardo Silva foi
encontrado por parentes. Estava ao lado da linha de trem, com
tiros na cabeça e no peito.
Sete cápsulas de pistola foram encontradas próximas ao
cadáver, que apresentava ferimentos nas pernas semelhantes aos provocados pelos estilhaços de granada.
João Dias, delegado-adjunto
da 36ª Delegacia de Polícia
(Santa Cruz), afirmou que os
criminosos da região mataram
Silva quando souberam que ele
tinha sido o responsável pela
explosão da granada.
O titular da delegacia, Aguinaldo Ribeiro da Silva, foi mais
prudente, embora considere
essa versão a mais provável.
"Os traficantes não gostam
de chamar a atenção para a favela e, com a explosão da granada, a polícia foi até o local. Então acreditamos que eles possam ter envolvimento nessa
morte. Mas vamos continuar
investigando até ter mais elementos", afirmou Silva.
De acordo com ele, Eduardo
Campos da Silva já tinha passagem pela polícia sob a acusação
de tráfico de drogas. A PM, por
sua vez, nega que houvesse registro contra ele.
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