São Paulo, terça-feira, 27 de setembro de 2011

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MARLENE FRANÇA IPPOLITO (1943-2011)

Atriz que vendeu frutas na feira

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Marlene França foi descoberta enquanto vendia frutas em Feira de Santana (BA). Sua beleza impressionou o cineasta Alex Viany, que rodava um trabalho na cidade, naqueles anos 50. A jovem foi chamada para as filmagens.
A iniciativa mudou radicalmente a vida da baiana nascida em Uauá, município com 24.294 habitantes hoje. De uma família retirante, de dez irmãos, era filha de uma doméstica e de um lavrador. Com os pais e os irmãos, rodou por várias cidades de São Paulo e da Bahia, trabalhando para ajudar em casa.
Após a primeira experiência com o cinema, mudou-se para São Paulo, onde correu atrás do sonho de ser atriz. Dos anos 50 aos 80, acabaria atuando em mais de 40 filmes, como "Jeca Tatu", ao lado de Mazzaropi, "Lampião, o Rei do Cangaço" e "O Bem Dotado: O Homem de Itu".
Também fez teatro, TV (passou pela Excelsior e Tupi) e chegou a cantar numa boate. Por suas atuações, ganhou prêmios (Governador do Estado e no Festival de Gramado). A partir dos anos 80, começou a dirigir documentários, como "Frei Tito".
Foi casada com o cineasta Milton Amaral e, desde a década de 60, com o empresário Angelo Andrea Ippolito, membro da família Matarazzo, com quem teve três filhos e viveu até o fim da vida.
Em 2007, perdeu um filho atropelado. Sua própria trajetória ela contou no livro "Marlene França: do Sertão da Bahia ao Clã Matarazzo", de Maria do Rosário Caetano, parte da coleção Aplauso da Imprensa Oficial de SP. Morreu na sexta-feira, aos 68, após sofrer uma parada cardíaca. Teve uma neta.

coluna.obituario@uol.com.br


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