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ENTREVISTA
Cirurgiã diz que a prevenção de saúde bucal deve ser feita em casa
AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
No Brasil, a saúde bucal costuma ser lembrada quando dói um
dente ou quando se comemora o
Dia do Cirurgião Dentista, como
ocorreu na última sexta-feira.
Desta vez está se comemorando
também, pela primeira vez, o Dia
Nacional da Saúde Bucal.
Comemorar é uma forma de dizer, pois os números do IBGE,
Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística, atestam o contrário:
apenas 6% da população visitam
o dentista regularmente e 20%
nunca foram a um consultório
dentário.
No entanto, só o Estado de
S.Paulo tem 68 mil cirurgiões
dentistas, mais de duas vezes o
que a Organização Mundial da
Saúde recomenda.
"Estamos tentando sensibilizar
os prefeitos para criarem equipes
de saúde bucal dentro do Programa Saúde da Família", diz Luiz
Roberto Capella, secretário do
Conselho Regional de Odontologia do Estado de São Paulo. A prevenção e o diagnóstico seriam feitos em casa e o tratamento nos
postos de saúde.
De todas as estratégias, a informação é uma das mais importantes, diz Marisa Flores Auge, da diretoria científica da Associação
Paulista de Cirurgiões Dentistas.
"A preocupação com os dentes
deve começar com uma boa alimentação", diz ela.
À direita, trechos da entrevista
que ela concedeu à Folha:
Folha - O brasileiro usa por ano 23
cm de fio dental e uma escova. Falta dentista ou informação?
Marisa Flores Auge - Informação, sobretudo. Cuidados básicos
que vão decidir a saúde bucal dependem de práticas pessoais que
devem ser ensinadas e adotadas.
Uma escovação correta, com uso
do fio dental e de anti-sépticos
bucais, aliada a uma alimentação
adequada, poderia evitar cáries, a
formação de tártaro e inflamações na gengiva, além de mau hálito. Os cuidados devem começar
quando bebê. A amamentação,
por exemplo, permite um esforço
que ajuda no fortalecimento da
arcada e do aparelho respiratório.
Folha - Quanto tempo deve durar
uma escovação adequada?
Auge - Vinte minutos, considerando o uso do fio dental, uma escovação cuidadosa, com calma e
com técnica, e o uso de um anti-séptico bucal. Eu recomendo
também uma bochechada diária
de flúor, com fórmula comprada
na farmácia ou preparada pelo
dentista. Como o recomendável
são três escovações, no mínimo,
uma boa higiene bucal vai consumir uma hora por dia. Reduzir os
doces e não comê-los entre as refeições são práticas importantes
que também ajudam muito.
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