São Paulo, quinta-feira, 27 de outubro de 2011

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Lojas são saqueadas em 2º dia de protestos

Ambulantes da região da Feirinha da Madrugada, no centro paulistano, bloquearam ruas e apedrejaram ônibus

Dois homens foram detidos após confrontos com a polícia; lojistas relatam queda de até 70% no movimento

RAPHAEL SASSAKI
NATÁLIA CANCIAN

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

No segundo dia de protestos na região da Feira da Madrugada, no centro de São Paulo, camelôs saquearam lojas, bloquearam ruas, jogaram pedras em ônibus e entraram em confronto com a Polícia Militar.
Aos gritos de "Camelô não é ladrão", cerca de 300 manifestantes iniciaram uma passeata na rua Oriente e impediram a abertura das lojas.
Lojistas relatam ameaças. Ao menos sete ônibus com passageiros foram apedrejados. De acordo com a polícia, dois homens foram detidos por atacarem um policial e um terceiro, suspeito de incitar os atos de vandalismo, já foi identificado.
"Pessoas estão se infiltrando no nosso grupo pra atrapalhar os protestos, que são pacíficos", disse o presidente do sindicato dos camelôs, Leandro Dantas.
O clima de tensão, que se agrava desde o início da semana, já afasta sacoleiros de diversos locais do país.
O número de excursões de compras no local diminuiu pela metade em um dia, segundo a associação Guias do Brasil, com sede no Brás. Ontem, a associação contou 72 ônibus na região da feira. Na terça, eram cerca de 150.
A estimativa da associação é que 300 empresas tenham cancelado viagens nesta semana por conta dos tumultos.
O sócio de uma empresa de Curitiba diz que, de 18 pessoas confirmadas, 12 desistiram da viagem. A empresa desmarcou a excursão e não sabe quando irá voltar a operar.
Lojistas relatam queda de até 70% no movimento. "O pessoal está com medo de comprar", diz o vendedor Júnior Paiva, 29.

AÇÃO DA PREFEITURA
Os camelôs protestam contra a ação da prefeitura de retirar o comércio ambulante da região da Feira da Madrugada. Cerca de 4.200 ambulantes atuam no local.
A megaoperação, deflagrada há um mês, ficou mais forte na madrugada de terça-feira, quando PMs montaram barreiras na região e impediram os camelôs de armarem as barracas. A prefeitura diz que vai manter a ação e continuará com o policiamento até o fim dos protestos.
Representados por dois vereadores, os camelôs fizeram ontem uma nova reunião com a prefeitura, mas não houve acordo. A gestão Kassab (PSD) quer fazer na área da feira um projeto estimado em R$ 400 milhões que inclui, por exemplo, shopping popular, hotel e duas torres comerciais.


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