São Paulo, quinta-feira, 27 de outubro de 2011

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Rio contesta pesquisa sobre nº de homicídios

Mesmo assim, secretarias de Saúde e de Segurança anunciaram mudança na coleta de dados

DO RIO

As secretarias de Saúde e de Segurança do Rio contestaram as conclusões da pesquisa do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) que indica manipulação no número de homicídios e negaram esconder assassinatos, mas anunciaram mudança na coleta de dados.
A partir de agora, os números dos boletins de ocorrências referentes a mortes violentas constarão nas declarações de óbito. O objetivo é facilitar a identificação do que motivou a morte, quando as investigações estiverem concluídas, e assim reduzir o número de mortes sem causa determinada.
O principal argumento do governo estadual é que os dados do DataSUS, base do estudo do economista Daniel Cerqueira, não são produzidos para análise de segurança, mas sim para acompanhamento epidemiológico.
Além disso, diz o Estado, não é possível falar em manipulação se dados da Secretaria de Segurança mostram mais assassinatos e queda menor que os da Saúde, analisados pelo Ipea.
A Folha não conseguiu contato com Cerqueira.
O diretor de Polícia Técnica, Sérgio Henriques, afirmou que "a base da pesquisa é equivocada". Segundo ele, o médico-legista não é obrigado a incluir na declaração de óbito, base do DataSUS, a circunstância da morte.
"Não é papel do perito fazer essa avaliação e, sim, da investigação policial."
A subsecretária de Vigilância em Saúde, Hellen Miyamoto, disse que não é prioridade da coleta de dados verificar informações sobre mortes violentas. "Há informações mais importantes, como a mortalidade materna."
Pesquisadores, porém, argumentam que dados da saúde são importantes para comparar com os das secretarias de segurança. Dizem não ser possível confiar totalmente em dados da polícia porque, assim, ela seria avaliada com dados que ela própria produz.


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