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Tenente diz que não sabia que deveria soltar jovens na hora
Vinícius Ghidetti é um dos 11 militares acusados de entregar 3 rapazes a traficantes
Depoimento do oficial
ontem foi classificado como
surreal pela Promotoria
Militar; capitão afirma que
mandou liberar o grupo
LUISA BELCHIOR
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA ONLINE,
NO RIO
O depoimento do tenente Vinícius Ghidetti ontem à Justiça
Militar foi contraditório, inverossímil e surreal, de acordo
com a Promotoria Militar.
Ghidetti é um dos 11 militares acusados de entregar
três jovens moradores do morro da Providência a traficantes
do morro da Mineira.
O tenente participou ontem
de acareação com o capitão
Leandro Ferrari, que deu ordens a Ghidetti de liberar os rapazes no último dia 14.
O oficial admitiu ter recebido
ordens de Ferrari para soltar os
rapazes, mas alegou não saber
que teria que soltá-los no momento que lhe foi ordenado.
Em depoimentos anteriores,
Ghidetti havia dito que queria
era dar um susto nos jovens.
Já Ferrari afirmou ter feito a
determinação quando o grupo
estava ainda no morro da Providência, onde os militares detiveram os jovens por desacato.
"Foi altamente contraditório, deu uma versão surreal",
disse a promotora de Justiça
Militar Hevelize Covas.
Durante a tarde, o tenente
participou de nova acareação,
dessa vez ao lado do soldado
Fabiano Eloi dos Santos, um
dos militares presos.
Santos, segundo a promotora, é suspeito de ter detido um
dos três jovens que tentou fugir
ao ser entregue aos traficantes.
"Uma hora ele [Ghidetti] dizia que foi o soldado Fabiano,
que pegou o rapaz, que tentou
se evadir, mas depois de um minuto ele negava, dizia que não
tinha certeza".
Com as acareações feitas, o
Ministério Público Militar estuda fazer, com o auxílio de tropas do Bope, a reconstituição
do caso no morro da Mineira.
Os advogados do tenente Vinícius Ghidetti não responderam à Folha até a conclusão
desta edição para comentar as
acareações. O Comando Militar do Leste também não se
manifestou sobre os depoimentos de ontem.
Recurso
A Procuradoria Regional da
União recorreu ontem, a pedido do Ministério das Cidades,
da decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Rio, que embargou as obras do projeto Cimento Social.
Ao rebater a afirmação do
TRE de que o projeto tem cunho eleitoral e beneficia o senador Marcelo Crivella (PRB),
pré-candidato a prefeito, o procurador regional da União, Daniel Levy, diz que houve extrapolação da competência do
juiz. Levy adverte que a decisão
se excedeu na escolha dos
meios para coibir a propaganda
irregular antecipada, "ultrapassando o limite do razoável e
se revelando desproporcional".
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