São Paulo, quarta-feira, 28 de setembro de 2011 |
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ANÁLISE Escola deve notar logo o problema para poder corrigir aluno HÉLIO SCHWARTSMAN ARTICULISTA DA FOLHA Até podemos nos embrenhar no debate, algo bizantino, sobre a duração ideal dos ciclos no sistema de progressão continuada, mas isso significaria abraçar o detalhe para esquecer o essencial. Se há um "non sequitur" no mundo da pedagogia, ele está na noção de reprovação. Se um aluno não aprende, temos duas possibilidades: ou o problema está no estudante ou no colégio. Na primeira hipótese, não há muito o que se possa fazer. O que de melhor a escola pode oferecer a essa criança é um espaço de convivência que a mantenha longe de encrencas. Neste caso, retê-la numa série serve apenas para separá-la de seus amigos. Se, por outro lado, a falha está no sistema, que não consegue ensinar, aí é que a reprovação não vai surtir nenhum efeito, tornando-se no máximo uma mandinga. É mais razoável, como prevê a teoria da progressão continuada, que a escola identifique tão rapidamente quanto possível os alunos que não assimilam os conteúdos e procure corrigir a situação. É claro que é mais fácil falar do que fazer. Para o sistema funcionar é necessário que a rede pública desenvolva estruturas de avaliação fina, de aulas de reforço em vários níveis para cada série e de apoio psicopedagógico. Desta vez pelo menos a Secretaria de Educação tenta evitar os erros do passado, discutindo antes com os professores os aspectos mais fundamentais da reforma. Vale lembrar que a implantação dos ciclos, iniciada em 1997, foi desastrosa. A mudança foi ditada de cima para baixo sem explicar nada a ninguém, o que resultou num processo em que os principais atores não se engajaram. Na prática, a progressão virou uma aprovação automática que, embora não explique as deficiências do ensino, ajudou a perenizá-las. Texto Anterior: SP quer reprovação também no 7º ano Próximo Texto: Ecovias quer 40 km/h na Imigrantes com neblina Índice | Comunicar Erros |
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