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Setor de carga quer aumento de 15% no frete
Associação de empresas calcula que esse é o reajuste necessário para compensar o impacto da restrição aos caminhões
Após primeira derrota na
Justiça, associação nacional
deve entrar hoje com
recurso contra a adoção
do rodízio nas marginais
DA REPORTAGEM LOCAL
A NTC & Logística (Associação Nacional do Transporte de
Cargas e Logística) concluiu
seus estudos sobre os impactos
da restrição aos caminhões
adotada pela gestão Gilberto
Kassab (DEM) desde 30 de junho e definiu: vai recomendar
às empresas que elevem em
15% os preços das entregas na
cidade de São Paulo e em outros municípios pelo país com
restrições similares.
Segundo Flávio Benatti, presidente da entidade, os cálculos
do impacto foram analisados
por uma câmara técnica. "O setor é ordeiro. O que tiver que
cumprir, vamos cumprir, mas
quando tiver que repassar os
custos, também", afirmou.
A NTC, que já havia tentado,
sem sucesso, barrar na Justiça
a inclusão dos caminhões no
rodízio das marginais e em outras oito avenidas de São Paulo,
deve entrar com recurso hoje
para tentar barrar a medida.
O secretário dos Transportes
da gestão Gilberto Kassab
(DEM), Alexandre de Moraes,
diz acreditar que a Justiça se
pronunciará "a favor do interesse coletivo de toda a sociedade, e não de alguns setores".
"Das 168 horas, em sete dias
da semana, não é razoável que
um caminhoneiro não possa se
programar para deixar de passar pela cidade por um período
de três horas, no dia do rodízio,
para colaborar com 11 milhões
de pessoas", declarou ele.
O secretário disse que a inclusão dos caminhões no rodízio das marginais, que vale das
7h às 10h e das 17h às 20h, deve
melhorar o trânsito nesses horários, mas não necessariamente no restante do dia
-quando a lentidão pode até
piorar, já que a idéia é que haja
uma redistribuição das viagens.
A restrição em vigor desde 30
de junho -que veta a circulação dos caminhões das 5h às
21h numa área dentro do centro expandido- provocou a redução dos congestionamentos
especialmente pela manhã. Segundo Moraes, isso ocorreu
porque esse período concentra
mais as entregas. "É uma observação empírica, ainda precisa ser analisada", ressalvou.
Ontem, a Folha flagrou uma
fila de caminhões parados no
acostamento da rodovia dos
Imigrantes, esperando para
entrar na cidade após as 10h.
Porém, tanto a Secretaria
dos Transportes quanto a PRE
(Polícia Rodoviária Estadual)
negaram ter havido represamento de veículos nas rodovias. "Sobrevoei as estradas pela manhã e pela tarde. O trânsito estava fluindo bem", disse
Ivan Roncato, capitão da PRE.
Críticos do rodízio temem
que a medida incentive rotas
de fuga por dentro de bairros
além de transtornos com caminhões parados no acostamento
de rodovias. O secretário também negou que isso tenha
ocorrido ontem.
(AI e RS)
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