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WAGNER RAMOS PALMIERI (1954-2008)
Os 12 anos de um sonho policial
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Metido em bangue-bangues de mentirinha, Wagner
Ramos Palmieri sentia gosto
pelas perseguições aos piores tipos de malfeitores que
sua infância permitia conceber. Seu sonho de criança era
ser policial. Foi bancário.
Insatisfeito, largou tudo e
tentou a vida de representante comercial. Aborreceu-se. Por fim, arriscou-se, sem
muito sucesso, como dono
de uma pequena fábrica de
calçados em São Paulo.
Aos 42 anos, finalmente alcançou o que perseguia: tornou-se investigador da polícia, em setembro de 1996.
Na profissão dos sonhos,
passou por maus bocados.
Contava à família a vez em
que, rendido por assaltantes
armados, foi trancado na
companhia de um colega no
porta-malas de um carro.
Fizeram deles tiro ao alvo,
e o automóvel foi crivado de
balas. A surpresa veio quando acharam o veículo e abriram o compartimento onde
ficaram presos: ele e o amigo
estavam ilesos.
A mulher com quem se casou, Wagner conheceu cedo.
Ele aos 17, ela aos 16. O avô
dela dizia que, se a semana tinha sete dias, eles namoravam oito. Viviam grudados.
Nos últimos anos, porém, já
não moravam juntos, mas
não pensavam em divórcio.
Em 2006, lembra a mulher, Wagner foi homenageado pela polícia por seu desempenho. Em 4 de julho, os
12 anos em que manteve vivo
o sonho de policial terminaram. Levou quatro tiros ao
tentar evitar um roubo. Morreu aos 54, sem deixar filhos.
obituario@folhasp.com.br
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