|
Texto Anterior | Índice
"Maníaco" do
rock some
perto de ponte
DA AGÊNCIA FOLHA
No dia 1º de fevereiro de
1995, Richard James Edwards deixou o hotel Embassy, em Londres, e pegou
seu carro em direção a Cardiff, onde tinha um apartamento. Lá deixou seu cartão
e vidros do Prozac receitado
para depressão crônica. Nenhuma mensagem.
Na noite seguinte, o Vauxhall Cavalier foi encontrado
estacionado perto da ponte
Severn, cenário costumeiro
das investigações de suicídio
no Reino Unido. O jovem de
28 anos nunca mais foi visto.
Mas, graças ao detalhe de
ser um dos líderes da banda
galesa Manic Street Preachers e de ter sumido quando o grupo recebia aclamação pelo disco "The Holy Bible", o sumiço de Richey, como era chamado, ganhou
status de mito urbano.
Não que o sumiço em si
fosse uma surpresa. Richey
era autor de letras terrivelmente sombrias sobre a condição humana. Ex-estudante
de história, marxista frustrado, via com desgosto os rumos do mundo pós-Guerra
Fria e de sua geração.
O Manics surgiu no começo da década de 90 e tinha
em Richey, com sua perturbação, seus surtos psicóticos
e seu alcoolismo, sua alma.
Com o incidente, em vez
de desaparecer também, o
Manics só fez crescer. Hoje,
sem ninguém no lugar de Richey, é uma das bandas mais
populares da Europa.
Talvez por isso, as "aparições" de Richey viraram rotina. Foi visto como barman
em uma biboca nas Ilhas Canárias e DJ de rave em Goa.
Texto Anterior: Acidente em torre provoca falta de luz na zona leste Índice
|