São Paulo, quinta-feira, 29 de setembro de 2011

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'Se eu morresse, você ia ficar triste?', disse o garoto D. ao irmão

Pergunta foi feita duas semanas antes de tragédia em escola do ABC, quando ele atirou em docente e se matou

Declaração foi revelada pelo irmão ontem em depoimento à polícia; delegada decide não indiciar o pai pelo caso


Caio Guatelli/Folhapress
Alunos da escola Professora Alcina Dantas Feijão soltam balões na volta às aulas, ontem

ELIANE TRINDADE
DE SÃO PAULO

Duas semanas antes de atirar em uma professora e se matar com um tiro na cabeça, o garoto D., 10, conversou com o irmão mais velho sobre morte. "Se eu morresse, você ia ficar triste?", indagou.
G., 16, só foi recordar do papo quando houve os disparos, há uma semana, na Escola Municipal Profª. Alcina Dantas Feijão, em São Caetano, Grande SP. A história foi contada ontem à polícia -os pais também foram ouvidos.
"Ninguém consegue entender o que houve", disse a delegada Lucy Fernandes, que não vai indiciar o pai, o guarda-civil Milton Evangelista Nogueira. Para ela, ele não foi negligente em relação à arma.
Em mais de três horas de depoimento, Nogueira disse que sempre alertou os filhos sobre o risco de mexer em armas. G. relatou que ele e o irmão sempre souberam onde o revólver era guardado.
Ontem, os portões da escola voltaram a se abrir. De manhã, alunos do ensino médio soltaram balões brancos em homenagem a D. e à professora Rosileide Oliveira, que passava por uma cirurgia. À tarde, o ritual se repetiu com os fundamental, entre eles colegas de classe de D. como A. M. D., 9. "Ela chora ao se lembrar do colega ensanguentado", disse o pai, Fernando Duarte.
A delegada vai ouvir os amigos de D. na segunda-feira.


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