São Paulo, terça-feira, 30 de maio de 2006

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Sem-teto acampam em frente à prefeitura

Cerca 200 manifestantes estão no local e aguardam audiência com o prefeito

Várias barracas de lona de plástico e madeira foram armadas no viaduto do Chá, onde um bueiro também foi transformado em banheiro


COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Um grupo de 200 militantes da FLM (Frente de Luta por Moradia), que reúne 12 movimentos sem-teto, acampou em frente ao prédio da Prefeitura de São Paulo, no viaduto do Chá, ontem de madrugada. Os manifestantes exigem uma audiência com o prefeito Gilberto Kassab (PFL) para discutir políticas habitacionais para trabalhadores de baixa renda.
O prefeito não recebeu os sem-teto e, em nota, informou que determinou a criação de uma comissão formada por funcionários das secretarias de Habitação e de Governo para avaliar as reivindicações.
No meio da tarde, coordenadores dos sem-teto se reuniram com assessores do prefeito para discutir uma pauta com 14 pedidos. A Secretaria de Habitação informou por meio de nota que já destina recursos para atender famílias de baixa renda. Os manifestantes alegam que o governo não se comprometeu a ampliar o Bolsa-Aluguel. Em assembléia realizada às 20h30, os sem-teto decidiram manter o acampamento para insistir numa audiência com o prefeito. O objetivo é conseguir respostas concretas às reivindicações.
Os sem-teto chegaram ao viaduto do Chá com madeiras e lonas de plástico e armaram várias barracas. Um bueiro no local foi transformado em banheiro público.
Entre os manifestantes estavam integrantes do MSTC (Movimento Sem Teto do Centro), que reivindicam o restabelecimento da energia elétrica do prédio ocupado por sem-teto na avenida Prestes Maia, na região central.
A invasão é considerada a maior ocupação vertical do Brasil. Em abril, uma decisão do Tribunal de Justiça adiou por tempo indeterminado a reintegração de posse.
A coordenadora-geral do MSTC, Ivanete de Araújo, disse que o corte foi uma "violência" às 468 famílias que vivem no local e o risco de incêndio continua devido ao uso de velas.
Em nota, a Eletropaulo explicou que o corte foi feito por medida de segurança. Segundo a empresa, um curto-circuito no local colocou em risco o abastecimento de toda a região.
(REGIANE SOARES)


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