|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
JOSÉ AUGUSTO BERBERT DE CASTRO (1925-2008)
O longevo comentário cinematográfico
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
As malas de Jorge Amado
pesavam em média dez livros
a mais quando retornavam
de viagem -ruim para quem
tinha que carregar a bagagem, ótimo para José Augusto Berbert de Castro, que
acompanhava o crescimento
vertiginoso de sua biblioteca
pessoal graças aos presentes
trazidos pelo escritor baiano.
Se o seu legado conta hoje
com cerca de 500 livros sobre cinema -que serão vendidos, diz a família-, boa
parte da culpa é do amigo.
Formado médico em 1949,
Berbert tinha paixão por filmes. Gastou parte da infância no cinema Jandaia, em
Salvador, e tinha especial
predileção pelos musicais.
Incapaz de conter a necessidade de discutir cinema, o
otorrinolaringologista virou
jornalista, ou comentarista
cinematográfico, como preferiam alguns.
Afundado em sua Remington, começou a escrever sobre o assunto em 1956, no
jornal "A Tarde". Teve uma
das mais longevas colunas do
jornalismo brasileiro -só
parou de publicar na semana
passada. Segundo o jornal,
foram mais de 7.000 artigos.
Polêmico, chegou a se meter em controvérsias com o
Grupo Gay da Bahia, que o
acusou de ser homofóbico
em uma de suas crônicas.
Internado devido a um
edema pulmonar, morreu na
terça passada, aos 82, de infarto, mas continuou "escrevendo" até o final da semana
-deixou textos prontos. Tinha dois filhos e dois netos.
obituario@folhasp.com.br
Texto Anterior: Mortes Próximo Texto: PM persegue e mata assaltante dentro de flat nos Jardins Índice
|