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Justiça do Rio decreta prisão de PMs pela morte de João Roberto
Juiz aceitou a denúncia da Promotoria de homicídio duplamente qualificado contra 2 policiais, que já estão presos temporariamente
Para magistrado, liberdade do cabo e do soldado poderia atrapalhar processo e desencorajar testemunhas a colaborarem com a Justiça
LUISA BELCHIOR
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA ONLINE,
NO RIO
O Tribunal de Justiça do Rio
decretou ontem a prisão preventiva dos dois policiais militares envolvidos na morte de
João Roberto Amorim Soares,
3, ocorrida no dia 6, na Tijuca
(zona norte). O cabo William de
Paula e o soldado Elias Gonçalves da Costa Neto já estão presos temporariamente desde o
dia 9 no Batalhão Especial Prisional, em Benfica.
Os PMs confundiram o carro
onde Alessandra Amaral levava
os dois filhos com um veículo
de supostos assaltantes. Dispararam contra o carro, atingindo
com três tiros João Roberto,
que morreu no dia seguinte.
O juiz Daniel Schiavoni Miller, do 2º Tribunal do Júri do
Rio, recebeu a denúncia oferecida pelo Ministério Público
contra Costa Neto e De Paula e
decretou a prisão preventiva
dos dois por homicídio duplamente qualificado -impossibilidade de defesa e meio que resulta perigo para as vítimas.
O promotor Paulo Rangel,
autor da denúncia, classificou
os policiais de covardes. Ele
afirmou ainda que imagens feitas por um prédio na rua do crime deixam claro que não havia
perseguição nem tiroteio quando os policiais atiraram. "Eles
acreditavam que os criminosos
estavam dentro do carro. Mas
isso não os isenta de crime."
O juiz lembrou que a ação foi
bastante divulgada e gerou intensa repercussão. "São [fatos]
causadores de real abalo à paz e
tranqüilidade junto à população desta cidade, agravando
acentuadamente seu sentimento geral de insegurança."
Para o juiz, a liberdade dos
dois poderia atrapalhar o processo, com a possibilidade de
destruição de provas e "desencorajamento de testemunhas".
O interrogatório dos policiais
está marcado para o dia 6. Até
lá, eles seguem presos.
A reportagem não conseguiu
falar com advogados dos PMs.
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