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Governo troca o comando das delegacias da capital
Aldo Galiano deixa o Decap, que coordena todos os DPs
ANDRÉ CARAMANTE
LUIS KAWAGUTI
DA REPORTAGEM LOCAL
O delegado-geral da Polícia
Civil de São Paulo, Maurício
José Lemos Freire, tirou na
noite de ontem o também delegado Aldo Galiano do cargo de
diretor do Decap (Departamento de Polícia Judiciária da
Capital), setor da corporação
que coordena as ações dos 93
distritos policiais e das oito delegacias seccionais da capital.
Para o lugar de Galiano no
Decap, Freire nomeou o delegado Marco Antonio de Paula
Santos, até então delegado seccional da Polícia Civil em São
Bernardo do Campo (ABC).
Galiano havia assumido o Decap em 3 de janeiro de 2007.
A Folha procurou Freire na
noite de ontem para que ele explicasse os motivos da alteração no comando do Decap,
mas, de acordo com sua assessoria de imprensa, o delegado-geral estava em uma reunião e
não poderia falar.
O secretário da Segurança
Pública, Ronaldo Marzagão,
também foi procurado pela reportagem. De acordo com um
de seus assessores de imprensa, Ênio Lucciola Lopes Gonçalves, ele se manifestaria por
meio de nota oficial, mas isso
não ocorreu até a conclusão
desta edição.
Policiais ouvidos pela reportagem sustentam que Galiano
foi afastado do Decap por não
aceitar a ingerência de Freire
nos distritos policiais e nas delegacias seccionais da capital.
No embate mais recente entre Galiano e Freire, o delegado-geral determinou que todos
os delegados de 2ª classe titulares de distritos policiais, menos
os que são ligados a ele, fossem
afastados das chefias das delegacias que comandavam.
Galiano não quis afastar apenas os delegados que não têm
amizade com Freire e acabou
punido por isso.
Outro forte motivo para o
afastamento de Galiano, ainda
segundo a versão dos policiais
civis do Decap, foi o fato de ele
querer tirar do comando do 15º
DP (Itaim) o delegado Reinaldo Vicente Castello. O delegado-geral foi contra.
Além de ser ligado a Freire,
Castello é amigo do advogado
Lauro Malheiros Neto que, até
maio, foi secretário-adjunto da
Segurança Pública.
Neto deixou o cargo após ser
acusado de ligação com o investigador Augusto Peña, preso
em abril sob acusação de extorquir integrantes da facção criminosa PCC. Ele negou a acusação. Neto colocou Freire na
delegacia-geral.
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