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Condomínio "verde" leva multa por corte de árvores
Prefeitura de SP autuou construtora em R$ 500 mil
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL
A construtora responsável
pelo Golf Village, um megaempreendimento imobiliário na
zona sul de São Paulo, foi multada em R$ 500 mil pela prefeitura por ter provocado a morte
de 50 árvores e cortado outras
206 no terreno, uma das maiores áreas ainda desocupadas ao
longo da marginal Pinheiros
Segundo a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, a construtora Bueno Netto não tinha
autorização para fazer o corte
dessas árvores no terreno, localizado no km 14 da marginal, ao
lado do supermercado Extra.
A área, de 256,71 mil m2, é
equivalente a toda Vila Nova
Conceição, bairro nobre na zona sul da capital paulista. O
projeto prevê 56 torres de oito
andares, com 367 mil m2 de
área construída, três clubes, espaços verdes e até um campo
de golfe exclusivo.
O faturamento estimado
com a venda de todas as unidades é de cerca de R$ 1,7 bilhão.
Um dos apelos dos empreendedores para vender as unidades é justamente a preservação
do ambiente, de acordo com o
material de divulgação.
Cada apartamento, com área
de 300 m2 a 1.000 m2, será vendido por preços que variariam
hoje de cerca de R$ 2 milhões a
R$ 7 milhões, conforme avaliação da construtora.
Danos ambientais
Segundo a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, além
da multa, a empresa terá que
reparar os danos causados, mas
já recorreu da autuação.
As árvores que morreram sofreram os efeitos do aterramento do solo e da água que se
acumulou no local, de acordo
com o engenheiro agrônomo
Joanir Odorizzi, técnico responsável pela fiscalização.
O laudo elaborado pelo agrônomo apontou que danos ambientais e cortes ilegais atingiram diversas espécies, como
trema, tapiá, pau-de-viola, tamanqueiro, fumo-bravo, capororoca e pinus (nomes populares). "A empresa não foi autorizada a fazer o corte", afirma nota da secretaria.
O diretor do Golf Village,
Carlos Gasperini, diz, em nota,
que a área já era degradada e,
quando o condomínio estiver
implantado, ganhará mais árvores do que tinha antes.
"Um dos departamentos de
fiscalização da Secretaria do
Verde e do Meio Ambiente entendeu que incorremos em irregularidades e aplicou multa,
da qual já recorremos. Situações como essas integram o
conjunto de vicissitudes de empreendimentos desse nível",
afirma (leia texto ao lado). As
obras ainda não começaram.
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