Com rodízio de caminhões nas marginais, lentidão ontem em SP às 9h30 foi de 34 km, perto dos 33 km das 11h e dos 29 km das 12h

Dados sugerem tendência de acentuar o "espalhamento" do trânsito ao longo do dia, iniciado com o rodízio de automóveis em 1997

RICARDO SANGIOVANNI
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL

Nos três primeiros dias do rodízio para caminhões nas marginais, o paulistano enfrentou, próximo à hora do almoço, engarrafamentos semelhantes aos do tradicional horário do rush da manhã. Ontem, São Paulo teve 34 km de congestionamento às 9h30, próximo aos 33 km das 11h e aos 29 km do meio-dia. No geral, porém, a lentidão foi inferior à do mesmo período de 2007.
Um mês após o aumento das restrições aos caminhões no centro, os dados sugerem uma tendência apontada por alguns especialistas: a de que a lentidão das 10h às 17h se torne cada vez mais próxima à dos horários de pico -até devido à proibição dos caminhões no rush.
Entretanto, os técnicos ressalvam que ainda é cedo para tirar conclusões. "Julho é um mês atípico, de férias e viagens. O grande teste será o mês de agosto", diz o consultor de transportes Jaime Waisman.
O chamado "espalhamento" do trânsito -iniciado em 1997, com a implantação do rodízio para os automóveis- deve se acentuar ainda mais a partir de amanhã, quando os caminhões pequenos só poderão fazer entregas na região central das 10h às 16h ou das 21h às 5h. Será a última medida do pacote da gestão Gilberto Kassab (DEM) para combater os congestionamentos, às vésperas da eleição.
Ontem, o trânsito ao longo do dia foi 43% menor que o das quartas-feiras de julho de 2007, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). O número de multas caiu: foram 525, contra 623 anteontem e 759 na segunda-feira.
Nas principais vias do rodízio, a redução da lentidão durante o dia ontem chegou a 36% na marginal Tietê e 56% na marginal Pinheiros e na avenida dos Bandeirantes, na comparação com a primeira quarta-feira de agosto de 2007.
O consultor em trânsito Luís Antonio Seraphim, que já foi técnico da CET, diz que será "inevitável" a expansão de congestionamentos no restante do dia. Para o técnico, porém, essa "democratização do trânsito" ao longo do dia é positiva, mas temporária. "A tendência é que os espaços sejam tomados pelos próprios automóveis."


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