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Julho deve ser o mês mais seco já registrado em SP
Se não chover hoje, este será o julho com taxas de umidade
mais baixas desde 1943, quando o Inmet começou a medir
DA REPORTAGEM LOCAL
DA FOLHA RIBEIRÃO
O mês de julho deste ano deve ser o mais seco na capital
paulista desde 1943, ano em
que o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) inaugurou a sua estação em Santana
(zona norte) e começou a fazer
medições na cidade.
Os recordes anteriores em
julho foram nos anos de 1961 e
1974, quando choveu 0,4 mm.
Neste mês, porém, não houve
registro de chuva pelo Inmet.
Na quinta-feira da semana passada, chuviscou em pontos isolados do município, mas em
quantidade muito insignificante no local onde está o pluviômetro (instrumento que mede
a quantidade de chuva).
Hoje ainda é o último dia do
mês, mas, como não há previsão de chuva, pode-se dizer que
será o julho mais seco, diz Marcelo Schneider, meteorologista
do instituto. Ontem, a umidade
na capital chegou a 25% à tarde.
Pelo CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), que
desde 1995 tem estações de medição na capital paulista, este
mês também foi o julho mais
seco. Segundo o meteorologista
Michael Rossini Pantera, o motivo é uma massa de ar quente
que bloqueou frentes frias. Ele
lembra que o inverno já costuma ser mais seco.
"Para comparar, a média histórica de chuva em agosto fica
perto de 40 mm. Nos meses de
verão, chega a passar de 200
mm", afirma Pantera. Em julho, a média histórica de chuva
também é perto de 40 mm.
A perspectiva é que agosto
volte a ter umidade relativa do
ar normal para a época, que é de
40%, geralmente à tarde.
"Essa situação é característica do inverno. Agora, para saber por que neste ano foi mais
extremada, seria preciso realizar um estudo", afirma Christopher Cunningham, coordenador do grupo de previsão climática do Cptec/Inpe.
É possível que este mês tenha sido o julho mais seco em
outras cidades do Estado, especialmente nas partes mais ao
norte e centrais, além do litoral.
Segundo o meteorologista do
Inmet, os dados só serão consolidados a partir de amanhã.
Em Ribeirão Preto, a umidade relativa do ar chegou a 9%
ontem às 15h, segundo a Cetesb, e fez com que o ar ficasse
tão seco quanto o de desertos.
Pela escala da Organização
Mundial da Saúde, abaixo de
30% a situação é considerada
preocupante. Entre 20% e
30%, o estado é de atenção. De
12% a 20%, o estado é de alerta
e, abaixo disso, de emergência.
A taxa foi a terceira menor
desde que a Cetesb passou a
monitorar o ar em Ribeirão, em
2004 -em setembro daquele
ano, a umidade caiu a 6% e 7%,
até hoje as menores na cidade.
Segundo o Inmet, que não
tem estação em Ribeirão, o índice médio ontem mais baixo
entre as cidades paulistas foi
em Pradópolis, com 16%.
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