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Irmão de Isabella negou haver ladrão, diz vizinho
Em depoimento, morador afirmou que encontrou menino chorando no térreo e lhe perguntou sobre criminoso
LUIS KAWAGUTI
DA REPORTAGEM LOCAL
O filho de três anos de Alexandre Nardoni e Ana Carolina
Jatobá afirmou a um vizinho
que nenhum ladrão entrou no
apartamento de sua família na
noite da morte de Isabella, 5.
Em depoimento ontem no
fórum de Santana (zona norte),
Jeferson Friche, morador do
edifício London, afirmou que,
após ouvir o barulho da queda e
descer ao térreo, encontrou o
garoto sozinho, chorando. Disse tê-lo levado à quadra, longe
de onde Isabella estava caída.
No depoimento ao juiz Maurício Fossen, disse que ao ouvir
gritos indicando que um suposto criminoso ainda estava no
condomínio, perguntou ao menino se havia um ladrão em seu
apartamento. A criança, segundo ele, respondeu que não.
O vizinho disse ter então perguntado ao menino se ele viu
Isabella cair do sexto andar. A
criança, disse, respondeu apenas: "Ela queria ver a lua, queria ver a casa". Friche afirmou
que então a entregou a Jatobá.
Foi a primeira vez que o vizinho foi ouvido por autoridades.
O depoimento é contrário à tese da defesa de que uma pessoa
entrou no apartamento e atirou
Isabella pela janela. O advogado do casal, Marco Polo Levorin, afirmou que as afirmações
nada esclareceram. "Não houve
nenhuma afirmação feita pelo
menino que pudesse envolver
qualquer dos acusados", disse.
Segundo ele, o depoimento
reforça a tese da defesa, na medida em que o casal e seus filhos
não teriam visto o criminoso.
Outras duas pessoas prestaram depoimento. O pedreiro
Gabriel Santos Neto, que havia
dito à Folha que uma obra nos
fundos do edifício havia sido
invadida, negou sua afirmação
ao juiz. Embora a fita com a entrevista já esteja em poder da
Justiça, ele afirmou que não falou com a reportagem. A defesa
pediu que ele seja processado
por falso testemunho.
Foi ouvida ainda Cristiane de
Brito, que disse só ter ouvido
um barulho naquela noite.
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