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Outro lado
Tratamento é 'sistema em construção', diz governo
Segundo secretaria de Saúde, pacientes não ficam desassistidos e frota de ambulância está bem dimensionada
A coordenadora de Saúde Mental, Álcool e Drogas da Secretaria de Saúde, Rosângela Elias, disse que o tratamento de dependentes "é um sistema em construção" e que não é possível encontrar algo 100% ideal na rede. Segundo ela, a cracolândia não acaba com mágica.
"É preciso várias ações e políticas sociais. Não é só tirar as pessoas de lá que vai resolver o problema. A questão do tráfico é séria, é preciso ocupação dos espaços sociais, tudo está envolvido".
Sobre a falta de vagas em hospitais psiquiátricos, ela diz que, enquanto o paciente aguarda, fica internado no próprio Cratod.
"Ele não está desassistido. Não existe lugar no mundo em que a vaga saia imediatamente. Não é só porque atrasa dois ou três dias que o sistema é falho. Dizer isso é até uma injustiça", afirmou.
Ela disse que há uma frota de quatro ambulâncias, que fazem remoções e visitas domiciliares. "Com certeza vai ter ambulância que não chega instantaneamente, pois estamos em São Paulo, onde há trânsito. Não dá para colocar uma frota de ambulâncias na porta do Cratod", disse.
Segundo a coordenadora, a maioria das famílias quer internações prolongadas.
"Num projeto terapêutico, a continuidade é o que vai fazer a diferença. As pessoas têm uma visão mágica da internação como se fosse a solução. Se o dependente sai da internação e a família não dá continuidade, a chance de recaída é muito maior", disse.
A prefeitura informou que que os pedidos de avaliação médica ou visitas domiciliares por meio de medida judicial cresceram. " Os Caps avaliam caso a caso e, quando há indicação da equipe, encaminham para internações", disse por meio de nota.
A Secretaria Municipal de Saúde informou que tem tanto unidades bem equipadas quanto as que necessitam de adequações e que estão agindo para sanar eventuais problemas de atendimento.