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Cracolândias de SP e Rio vão ser vigiadas por 220 câmeras
Equipamentos doados pelo governo federal serão operados por polícias estaduais
Imagens servirão de base para ações de combate a traficantes e serão monitoradas de um micro-ônibus
A cracolândia da região central de São Paulo passará a partir de maio a ser monitorada por 220 câmeras, que funcionarão 24 horas por dia e serão operadas a partir de micro-ônibus com monitores.
A localização das câmeras, sem fio, será definida pelas secretarias de Segurança Pública dos Estados.
O mesmo acontecerá no Rio com a cracolândia do Parque União, na Avenida Brasil, zona norte.
As duas cidades serão as primeiras a receber os equipamentos que fazem parte do programa federal de combate à explosão do tráfico da droga, que se espalhou pelas cidades brasileiras.
Ainda este ano, as câmeras serão instaladas em mais 68 cidades, todas com mais de 200 mil habitantes.
A ordem dos municípios nos quais os equipamentos serão instalados ainda está sendo definida pelo Ministério da Justiça.
Os equipamentos serão doados pelo governo federal, mas serão operados pelas policias estaduais.
A ideia do ministério é mudar a formato de combate ao tráfico, deixando de lado as grandes operações e priorizando ações policiais pontuais, a partir da identificação de traficantes por meio das câmeras.
SAÚDE
As ações governamentais permanentes nessas áreas passarão a ser apenas de profissionais de saúde e de assistência social, segundo o Ministério da Justiça.
"Tudo o que foi feito até agora não deu certo. Então resolvemos mudar. Não quero mais essa história de policial interferindo na cena", afirmou a secretária nacional de Segurança Pública.
Na próxima semana, Regina Miki se reúne com representantes do governo de São Paulo para fechar detalhes do acordo para implementar o programa no Estado.
Cada kit --conjunto formado por um micro-ônibus com monitores e 20 câmeras-- custa R$ 1,5 milhão. São Paulo será a cidade que mais receberá unidades de vigilância. Serão 11 no total. O Rio de Janeiro receberá nove.
A extensão do programa federal às demais cidades deve acontecer até o fim de 2014.
As câmeras serão móveis, podendo ser retiradas de um local e transferidas para outro, caso se verifique a migração da cracolândia.
Para o ex-secretário Nacional de Segurança Pública Ricardo Balestreri, é preciso criar um banco de dados para aajudar identificação e prisão dos traficantes.
"Caso contrário, continuaremos jogando dinheiro fora", afirma.