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Análise
Há meios para deixar processo de produção mais seguro no país
MAURO ZAFALON COLUNISTA DA FOLHAO ocorrido no Rio Grande do Sul serve como um alerta não só ao governo, mas a todo o processo industrial.
O país tem de ter um sistema de rastreabilidade confiável. Esse sistema, que acompanharia passo a passo o caminho do campo à indústria, teria de garantir a qualidade dos produtos que chegam à mesa do consumidor.
A indústria deveria participar desse processo e estar alerta ao produto que recebe do campo. Esses casos não se restringem ao leite, cuja fraude é recorrente. Vão de cachaça a soja e carnes.
A desvantagem do lácteo é que o produto praticamente fica no mercado interno e, portanto, não sofre uma vistoria externa como ocorre com produtos exportados.
O rigor externo já serviu de alerta ao mercado interno. Foi o que ocorreu com a soja, em 2004, quando foram encontradas sementes contaminadas com um fungicida.
Era um lote de sacas de produto que deveria ser destinado ao plantio --continha produtos não recomendáveis ao consumo. A fraude foi descoberta lá fora.
Outro produto que sofre barreiras constantes no exterior é a carne brasileira. Em muitos casos, são apenas barreiras comerciais, mas em outros o país continua usando processos e produtos na produção já superados.
Os próprios dados do governo, ao analisar a carne brasileira, dizem que há cerca de 10% de inconformidades no processo de produção.
O país evoluiu, quer ser o celeiro do mundo e o maior fornecedor de proteínas, mas tem de começar a cuidar com muito rigor da qualidade desses produtos. Inclusive dos que ficam por aqui.